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Politica Brasil
Segunda - 19 de Dezembro de 2005 às 08:26
Por: Karoline Garcia

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“O (juiz) Julier está implantando em Mato Grosso o estado fascista. Eu, que lutei pela democracia, não vou ficar quieto. O Ministério Público é independente e não pode ser manipulado pela Justiça. Não pode existir essa tabelinha que estamos vendo. Está havendo fuzilamento moral”. A reação é do ex-governador do Estado Dante de Oliveira e vem em resposta à decisão do juiz Julier Sebastião da Silva, da 1ª Vara Federal, em acatar a denúncia do Ministério Público Federal contra o irmão de Dante, Armando Martins de Oliveira, e outras sete pessoas, acusadas de participação em esquema de lavagem de dinheiro, para o crime organizado.

“É uma clara perseguição política, pois, a Polícia Federal já havia investigado essas denúncias e não encontrou nada. Ele quer desviar o foco das denúncias que pesam contra seu amigo Alexandre Cesar (PT)”, apontou o ex-governador.

O dirigente partidário admitiu que vai disputar uma vaga à Câmara Federal e, caso vença, terá como principal bandeira a “democracia no Judiciário”. “Se ele quer ser candidato, que deixe a toga antes. Há três anos vemos esse jogo fascista sendo implantado no Estado”.

O uso das denúncias do MPF e as decisões de Julier, por adversários políticos, no próximo pleito, não deverá interferir negativamente para o PSDB, conforme avaliou o dirigente. “Estamos com a consciência tranqüila porque não serão essas canetas partidárias que tirarão nosso foco. Vamos descontruir isso com a verdade dos fatos”, destacou.

Dante entrou com uma ação contra o magistrado por danos morais e violação da moral e da honra. O processo tramita no Tribunal Regional Federal, da 1ª Região. “O combate dele ao crime organizado não lhe dá autorização para violentar os direitos dos cidadãos. Temos a consciência tranqüila. Vou processá-lo quantas vezes forem necessárias, até que a Justiça nacional retire esse juiz despreparado daqui”, reagiu Oliveira. O magistrado tem dito, por meio da assessoria de imprensa, que só responderá nos autos.

Em setembro do ano passado, o juiz federal determinou o cumprimento de mandados de busca e apreensão nos escritórios do PSDB, do ex-governador (então presidente da agremiação). À época foram apreendidos computadores, notebooks e documentos. Dante lembra que nada foi encontrado. “Eles me devolveram os computadores e nunca disseram o que foi feito de fato”, criticou. O motivo da busca foi a comprovação de que cheques do Comitê Financeiro Único do PSDB, da campanha de 2002, foram movimentados na VIP Factoring, de propriedade do bicheiro João Arcanjo Ribeiro. O fato foi amplamente explorado na campanha eleitoral do ano passado. Na ocasião, Dante se viu obrigado a acompanhar à distância o correligionário Wilson Santos, então candidato e adversário de Alexandre Cesar, que venceu o pleito.

Thelma é a bola da vez no partido tucano

Com a candidatura de Dante de Oliveira (PSDB) por uma vaga à Câmara Federal, a deputada e esposa dele, Telma de Oliveira, está sendo cotada para disputar uma vaga ao Senado, como suplente, ou até mesmo compor a chapa ao governo do Estado, como vice-governadora. “Acho complicado sermos da mesma família e disputarmos o mesmo cargo. Ela é preparada, competente, séria, honesta. Não pode abandonar a vida pública”, defendeu o ex-governador.

Situação semelhante enfrenta o casal Bezerra. Apesar de não admitir, o presidente do PMDB, ex-governador Carlso Bezerra, já demonstrou o interesse em conquistar mandato. Derrotado nas eleições de 2002, quando disputou o Senado, Bezerra pode não disputar a Câmara por conta da pretensa reeleição da esposa, deputada federal Teté Bezerra.

Teté, em 2002, ficou como suplente de deputado assumindo no ano seguinte, após a cassação do ex-deputado Rogério Silva. Agora é nome forte do PMDB, e já foi, inclusive, apontada pelas bases como pretensa candidata ao governo do Estado, numa disputa interna com o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Silval Barbosa.

Celcita Pinheiro, deputada pelo PFL e esposa do senador Jonas Pinheiro, está em situação mais confortável, já que o marido além de não ter interesse na Câmara, tem sinalizado para a “aposentadoria na política”. Ela também deve buscar a reeleição.




Fonte: Folha do Estado

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