Furlan diz que governo não tem objetivos para 2006
Em Hong Kong para participar de reuniões da Organização Mundial do Comércio (OMC), o ministro mostrou seu desencanto com os rumos do governo e se recusou a opinar se Lula deve ser candidato à reeleição no próximo ano, informou o jornal O Estado de S.Paulo. "Eu não entendo nada disso", afirmou, referindo-se à eleição. E fez seu diagnóstico da situação: "Há uma sensação geral de desânimo no País".
No sábado, o diretório nacional do PT aprovou uma nota com duras críticas à política econômica do governo, batendo particularmente duro na política de juros e na manutenção de um superávit primário elevado. Essa nota teve forte influência do setor esquerdista do partido governamental. A crítica de Furlan abre as baterias do outro lado e verbaliza insatisfações diretamente opostas do setor produtivo da economia, que Furlan representa.
O ministro, responsável por um dos setores de maior destaque no governo Lula - o das exportações -, indicou que a "sensação de desânimo está afetando as iniciativas da sociedade e decisões de cidadãos ou empresas". Furlan se recusou, no entanto, a aceitar a idéia de que a crise decorrente dos escândalos de corrupção esteja atingindo toda a administração. "Não há lama no governo. Não aceito essa pasteurização", protestou.
Furlan defendeu a permanência do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e revelou que a reunião ministerial do dia 19, em Brasília, deverá debater uma meta de crescimento para 2006. "Sem sinalizações, ficamos esperando que o mercado demarque o caminho. Com uma máquina estatal grande, temos de colocar balizas para a administração avançar. É isso que fazemos em áreas como política industrial e exportações ", finalizou.
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