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Politica Brasil
Terça - 13 de Dezembro de 2005 às 08:18
Por: Wilson Kishi

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Mato Grosso tem apresentado resultados fantásticos de crescimento econômico nos últimos 12 anos. Temos crescido em média 11% ao ano, muito acima da realidade nacional, que nesse mesmo período cresceu a 4% ao ano. De 1999 a 2002, o PIB do Estado cresceu 55%, segundo o IBGE.

Este crescimento econômico, no entanto, não tem sido igual para todos. O modelo primário-exportador da nossa economia tem provocado sérios desequilíbrios regionais, gerando por um lado ilhas de prosperidade, e, de outro, enormes contingentes de excluídos vivendo na estagnação ou no retrocesso econômico.

Essa realidade coloca nas mãos dos administradores públicos, do segmento produtivo e também da sociedade mato-grossense a responsabilidade e a necessidade de buscarem alternativas de desenvolvimento econômico que possam reduzir os desequilíbrios regionais; e também promover justiça social, por meio da inclusão e da promoção da cidadania, gerando prosperidade para todos.

Foi esta visão que nos motivou, a mim e aos meus colegas vereadores, a realizar na semana que passou a Audiência Pública denominada “A CÁCERES QUE TEMOS. A CÁCERES QUE QUEREMOS”.

Mobilizamos a sociedade cacerense para juntos discutirmos nossa realidade econômica, como condição para prosseguirmos, juntos, na busca das soluções que precisamos. Entendemos que o poder público sozinho já esgotou suas possibilidades de solução. Se a crise afeta a todos, é natural que todos se envolvam na busca de alternativas.

Particularmente em Cáceres, onde 60% da nossa população vivem abaixo da linha de pobreza, com renda inferior a meio salário mínimo. A situação é grave. A cada ano três mil novas pessoas entram no rol dos economicamente ativos, e não encontram emprego. Empresas fecham. O comércio se ressente da baixa liquidez. A atividade produtiva, ancorada na pecuária, não consegue responder a todas as nossas necessidades.

Apesar desse cenário aterrador, a primeira resposta que a audiência nos deu é que nem tudo está perdido. Enxergamos que, de fato, a crise não é privilégio de Cáceres, e atinge inclusive os municípios da região da fronteira agrícola, porque o agronegócio também enfrenta uma crise estrutural muito aguda.

A segunda lição que aprendemos com a mobilização popular é que as saídas são coletivas. Por isso estamos apresentando ao plenário da Câmara Municipal um projeto de lei criando o Conselho Municipal de Desenvolvimento. A idéia é tornar o debate permanente, mantendo as pessoas mobilizadas em busca das saídas. O conselho que imaginamos será paritário e tripartite, ou seja, terá a participação da Câmara, da Prefeitura e da sociedade civil organizada.

Nosso município possui muitos atrativos para sair da crise. Temos um patrimônio natural riquíssimo. Boa infra-estrutura de transportes pelo rio Paraguai e pela BR 070. Estamos bem localizados geograficamente. Não temos problema de abastecimento de água nem de energia elétrica. Temos um ramal do gasoduto cortando o município. Um centro universitário que pode nos dar tecnologia e mão-de-obra qualificada. E, acima de tudo, temos um povo otimista, alegre e receptivo.

Tenho certeza que esses são atributos valiosos para acharmos o nosso caminho, buscando a partir da nossa cultura, da nossa história e das nossas riquezas naturais construir a Cáceres que Queremos. O resto é uma questão de criatividade e de colocar os interesses partidários e ideológicos em segundo plano, valorizando mais o sonho de todos os cacerenses, de edificar uma cidade próspera para todos os seus cidadãos. Essa é a Cáceres que queremos. Essa é a Cáceres que, como cidadão e dirigente público, quero ajudar a construir.

WILSON KISHI é vereador e presidente da Câmara Municipal de Cáceres. E-mails: wmkishi@hotmail.com e wilson.kishi@ig.com.br.




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