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Politica Brasil
Quinta - 08 de Dezembro de 2005 às 10:15

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem à cúpula do PMDB, em encontro no Palácio do Planalto, que a queda do PIB (Produto Interno Bruto) no terceiro trimestre foi menor do que o 1,2% anunciado na semana passada. Conforme a Folha apurou, Lula soube que a revisão tradicionalmente feita pelo IBGE (Instituto Brasileira de Geografia e Estatística) dos seus dados deve apontar para uma queda entre 0,8% ou 0,9% na comparação com o segundo trimestre deste ano.

No encontro, Lula demonstrou felicidade com a informação, que disse ter recebido da equipe econômica, e repetiu três vezes seguidas, de acordo com o relato de presentes: "A oposição vai ter que engolir".

Na avaliação do presidente, uma revisão dos dados do desempenho da economia em diversos setores no terceiro trimestre permitirá um crescimento econômico de cerca de 3% em 2005 e lhe dará munição para dizer que sua política gera crescimento superior ao do governo FHC (1995-2002). Teria média anual acima dos 2,3% dos anos tucanos.

Na prática, o desempenho será muito parecido, apesar de as estatísticas mostrarem um número pouco maior.

Lula pretende, na campanha eleitoral do ano que vem, fazer uma comparação de resultados entre a sua administração e a de FHC. A anunciada queda de 1,2% do PIB no terceiro trimestre em relação ao trimestre anterior pode complicar seu discurso na comparação do crescimento do PIB.

Caso se confirme a previsão de alta de 3% em 2005, obtida em conversas com auxiliares, ela ficará aquém dos prognósticos que o presidente fez ao longo do ano. Ele chegou a falar em crescimento de 5% em agosto. O ministro Antonio Palocci (Fazenda) e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, mencionaram 4% em conversas reservadas.

No entanto, se o PIB crescer 3% como espera Lula, a taxa ficará acima da reestimativa feita anteontem pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, ligado ao Ministério do Planejamento). O órgão reduziu sua previsão de crescimento do PIB neste ano de 3,5% para 2,3%.

Falando sobre o PIB em entrevista a rádios ontem, Lula demonstrou desconforto com o resultado do terceiro trimestre, mas otimista em relação a 2006. "Eu acho que o ajuste, ele vai se dando... eu vi agora, quando caiu o PIB, no terceiro trimestre, todo mundo ficou nervoso. Eu, pelo menos, fiquei chateado". E completou a seguir: "Nós precisamos é tratar essa coisa com mais cuidado, com mais jeito, para não ficarmos tomando atitudes precipitadas, em função de uma notícia, em função de um número, ou seja, tem que ter um certo equilíbrio". Sobre o ano que vem, Lula afirmou: "Em 2006, vamos crescer muito mais forte".

Os peemedebistas chegaram ao Palácio do Planalto com uma notícia ruim para Lula: disseram que uma pesquisa de opinião trará nova queda dos níveis de popularidade do presidente e do governo. Lula reagiu com otimismo, dizendo que estava "feliz" com reuniões recentes em que programou gastos importantes em investimentos.

A Folha apurou que Lula tem dito a auxiliares que o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, fez um mapeamento "competente" de projetos prioritários e alocou recursos. Um elenco de obras a ser apresentado em 2006, ano em que deve disputar a reeleição, é uma prioridade do presidente.

Ainda no encontro com o PMDB, Lula disse que o IBGE tinha errado no cálculo do PIB. Foi um equívoco do presidente. O IBGE revisa costumeiramente os seus dados.

Quando foi divulgada a queda do PIB na quarta-feira passada, o presidente disse de público posteriormente que ficara "chateado" e que não esperava uma diminuição tão significativa. Chegou a falar em "reparo" e "ajustes" na política econômica, mas depois recuou. Tem dito que não fará mudanças por conta da eleição.

A revisão do resultado do terceiro trimestre para um resultado menos ruim tenderá a diminuir as pressões sobre a equipe econômica. Assim que o resultado do PIB foi divulgado, o Banco Central, em reunião com analistas do mercado financeiro, afirmou que o resultado não estava correto.

Participaram da reunião com Lula o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e o líder do PMDB na Casa, Ney Suassuna, entre outro peemedebistas, inclusive ministros.




Fonte: 24 Horas News

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