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Chico Cesar e os sentimentos
O propósito do Mercado Cultural de unir pólos geográficos e sonoros distantes tem ressonância na relação, aparentemente contrastante, entre a música de um gaúcho e um paraibano que estão na programação. Pois foi em Vitor Ramil que Chico César buscou inspiração para realizar seu sexto álbum, De Uns Tempos pra Cá (Biscoito Fino), que lança em show no sábado na Concha Acústica de Salvador, ao lado do Quinteto da Paraíba.
"O que mais me inspirou a fazer este meu disco foi "Ramilonga", do Ramil. É um disco que traduz para uma realidade contemporânea algo tão regional como a milonga. Só que o regionalismo de Ramil é como se fosse o do Guimarães Rosa, porque fala de um jeito que vai interessar em qualquer registro, é único, especial", elogia Chico.
A melancolia é uma característica forte da música de Ramil, que mora em Pelotas (RS), e se contrapõe ao clichê da alegria atribuída às regiões em que a temperatura é alta. Mas o que se ouve no CD de Chico é o outro lado, pouco usual. "O Nordeste ainda é visto como telúrico, festivo, naïve, mas não somos assim o tempo todo", esclarece, citando como exemplos de personalidade estimulante o trovador Elomar, o cineasta Glauber Rocha e o pintor Pedro Américo. "Temos mostrado pouco a densidade da alma nordestina. E o público, por tabela, tem tido pouco acesso a ela."
Chico considera o novo trabalho "um mergulho profundo dos sentimentos". A opção de fazer o álbum totalmente acústico, camerístico tem a ver com o desejo de "chamar a atenção para uma sensibilidade nordestina". Há um consenso entre especialistas de que este é seu álbum mais elaborado e consistente. De fato, as canções são de grande beleza, realçada pelos arranjos de cordas do Quinteto da Paraíba, que o acompanha em todas as faixas (uma delas tem participação da conterrânea Elba Ramalho).
Entre as 12 faixas do CD, há duas regravações - "Cálice" (Gilberto Gil/Chico Buarque) e "A Nível de..." (João Bosco/Aldir Blanc) - e uma versão para o standard americano "Autumn Leaves", que Chico transforma radicalmente. As demais são inéditas que ele veio compondo ao longo de muitos anos. Com elas ele forma uma espécie de roteiro imaginário de uma noite cinematográfica, que começa à meia-noite e termina com o que ele chama de "rave-feijoada". Daí a batida dançante de Orangotanga, no final, uma espécie de tecno acústico, que destoa das demais.
Com exceção de "Cálice", Chico prefere tratá-las como canções sobre o amor, e não de amor.
"O que mais me inspirou a fazer este meu disco foi "Ramilonga", do Ramil. É um disco que traduz para uma realidade contemporânea algo tão regional como a milonga. Só que o regionalismo de Ramil é como se fosse o do Guimarães Rosa, porque fala de um jeito que vai interessar em qualquer registro, é único, especial", elogia Chico.
A melancolia é uma característica forte da música de Ramil, que mora em Pelotas (RS), e se contrapõe ao clichê da alegria atribuída às regiões em que a temperatura é alta. Mas o que se ouve no CD de Chico é o outro lado, pouco usual. "O Nordeste ainda é visto como telúrico, festivo, naïve, mas não somos assim o tempo todo", esclarece, citando como exemplos de personalidade estimulante o trovador Elomar, o cineasta Glauber Rocha e o pintor Pedro Américo. "Temos mostrado pouco a densidade da alma nordestina. E o público, por tabela, tem tido pouco acesso a ela."
Chico considera o novo trabalho "um mergulho profundo dos sentimentos". A opção de fazer o álbum totalmente acústico, camerístico tem a ver com o desejo de "chamar a atenção para uma sensibilidade nordestina". Há um consenso entre especialistas de que este é seu álbum mais elaborado e consistente. De fato, as canções são de grande beleza, realçada pelos arranjos de cordas do Quinteto da Paraíba, que o acompanha em todas as faixas (uma delas tem participação da conterrânea Elba Ramalho).
Entre as 12 faixas do CD, há duas regravações - "Cálice" (Gilberto Gil/Chico Buarque) e "A Nível de..." (João Bosco/Aldir Blanc) - e uma versão para o standard americano "Autumn Leaves", que Chico transforma radicalmente. As demais são inéditas que ele veio compondo ao longo de muitos anos. Com elas ele forma uma espécie de roteiro imaginário de uma noite cinematográfica, que começa à meia-noite e termina com o que ele chama de "rave-feijoada". Daí a batida dançante de Orangotanga, no final, uma espécie de tecno acústico, que destoa das demais.
Com exceção de "Cálice", Chico prefere tratá-las como canções sobre o amor, e não de amor.
Fonte:
São PauloAE
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/331367/visualizar/
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