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Internacional
Segunda - 05 de Dezembro de 2005 às 15:58

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A anistia Internacional (AI) disse hoje que todos os Estados, "incluindo o Chile", devem investigar, processar e castigar os responsáveis de crimes contra a humanidade, como os atribuídos ao ex-presidente peruano Alberto Fujimori.

O ex-governante peruano está detido no Chile desde 7 de novembro, quando chegou inesperadamente ao país procedente do Japão, à espera de que a justiça peruana formalize um pedido de extradição por quase 20 julgamentos abertos no Peru contra ele.

A seção peruana da organização defensora dos direitos humanos apontou em comunicado de imprensa que "o Estado chileno tem a responsabilidade legal e moral de investigar as 20 acusações por violações aos direitos humanos e corrupção de Fujimori".

Além disso, ressaltou que é preciso "facilitar o processo para que o ex-governante seja levado à justiça, no Peru ou no Chile".

A ONG apresentou hoje no Chile um relatório sobre os abusos aos direitos humanos cometidos durante o Governo de Fujimori (1990-2000), em que baseia suas declarações divulgadas em Lima.

A AI lembrou que vários dos massacres cometidos durante a gestão de Fujimori foram atribuídos ao paramilitar grupo Colina, que operou sob o comando do ex-assessor presidencial Vladimiro Montesinos.

Cerca de 60 integrantes do Colina são atualmente processados, junto a Montesinos, pelo assassinato de 15 pessoas em Barrios Altos em 1991, nove estudantes e um professor da universidade La Cantuta, nove camponeses de El Santa e o desaparecimento do jornalista Pedro Yauri.

Segundo a Anistia Internacional, os testemunhos dos ex-membros do grupo Colina não só confirmam a existência do grupo paramilitar, mas sua vinculação com o Serviço de Inteligência -dirigido por Montesinos na sombra- e com Fujimori.

"As violações de direitos humanos cometidas no Peru durante o Governo de Fujimori foram sistemáticas e a impunidade foi legalizada", disse a entidade em alusão às leis dadas pelo ex-governante para anistiar os militares implicados nos delitos.

A solicitação de extradição de Fujimori, por mais de dez julgamentos, segundo o adiantado pela justiça local, deve ser formalizada no Chile no máximo em 6 de janeiro.

A partir dessa data, o processo tomará ao redor de um ano para conhecer se a justiça chilena admite a extradição do ex-governante peruano, que renunciou à Presidência por um escândalo de corrupção em 2000 e se refugiou no Japão até que chegou ao Chile.





Fonte: EFE

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