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Escritor conta história universal da angústia
Ao narrar sua História Universal da Angústia, W. J. Solha revisita de forma original as dramáticas trajetórias dos grandes personagens de nossa cultura. Através de sete narrativas longas, o autor recria à sua maneira meio paulista, meio paraibana, totalmente brasileira, porém sem nunca perder o caráter universal figuras históricas, mitológicas e literárias. Da Bíblia às catástrofes do século XX, passando pelas obras de Shakespeare e pelas tragédias gregas, Solha mescla arte e realidade ao elaborar uma obra erudita e, ao mesmo tempo, popular.
Personagens bíblicos, como Lucas e Saul, são expostos aos desafios terríveis do Velho Testamento. Os gregos, por sua vez, surgem engolfados pelas piores tragédias, recriadas com tintas fortes por Solha após terem sido contadas e cantadas pelo teatro e a literatura. O autor vai também aos dramas literários e exibe uma visão particular da angústia de Hamlet, esmagado pela missão de vingar o pai e frustrar-se até a mais funda melancolia com a traição da mãe. Mas na História Universal da Angústia há também espaço para nomes históricos e/ou anônimos, protagonizando cenas da vida cotidiana em diversos países do mundo Estados Unidos (crimes raciais e violência gratuita), Japão (bomba atômica, cultura do suicídio), países da África (submissão das mulheres), Europa (guerras)...
Como o próprio Solha afirma, História Universal da Angústia "tem muito de Zé Limeira... e dos nossos grandes poetas e cantadores Zé Ramalho e Vital Farias": o livro mostra o evangelista Lucas internado em um sanatório do Nordeste brasileiro, debatendo as razões divinas; o rei Saul diante da coragem de Davi derrotando o gigante Golias; centenas de cenas de violência moderna, incluindo torturas do tempo da ditadura militar e assassinatos domésticos; a lenda de Parsifal, escondido da violência do mundo pela mãe que o superprotege a ponto de negar-lhe conhecimentos fundamentais acerca da vida e dos homens, proteção que se revelará insana e inútil; Édipo e seu crime duplo, o parricídio e o incesto, e a conclusão de que a consciência é terrível, além de inútil; e Hamlet, com seu destino inquietante que eternamente inspira a arte.
Embora no título esteja a palavra "angústia", o tema é a violência física e moral. O termo escolhido por W. J. Solha refere-se à forma como todos lidamos com essas tragédias, de um jeito perturbador, sempre angustiado. Não poderia ser diferente. Para o escritor e crítico Paulo Bentancur, "a angústia encontrou, afinal, não seu remédio, mas um lugar fiel que reúne grandes capítulos de tormento da humanidade: o da ficção e o real".
Sobre o autor - W. J. Solha nasceu em Sorocaba (São Paulo), em 1941, e renasceu na Paraíba em 1962. Publicou vários romances e livros de poesia, produziu longas-metragens e trabalhou como ator. Além disso é artista plástico, autor dos painéis "Homenagem a Shakespeare", do auditório da reitoria da UFPb, e "A Ceia", do Sindicato dos Bancários da Paraíba.
Personagens bíblicos, como Lucas e Saul, são expostos aos desafios terríveis do Velho Testamento. Os gregos, por sua vez, surgem engolfados pelas piores tragédias, recriadas com tintas fortes por Solha após terem sido contadas e cantadas pelo teatro e a literatura. O autor vai também aos dramas literários e exibe uma visão particular da angústia de Hamlet, esmagado pela missão de vingar o pai e frustrar-se até a mais funda melancolia com a traição da mãe. Mas na História Universal da Angústia há também espaço para nomes históricos e/ou anônimos, protagonizando cenas da vida cotidiana em diversos países do mundo Estados Unidos (crimes raciais e violência gratuita), Japão (bomba atômica, cultura do suicídio), países da África (submissão das mulheres), Europa (guerras)...
Como o próprio Solha afirma, História Universal da Angústia "tem muito de Zé Limeira... e dos nossos grandes poetas e cantadores Zé Ramalho e Vital Farias": o livro mostra o evangelista Lucas internado em um sanatório do Nordeste brasileiro, debatendo as razões divinas; o rei Saul diante da coragem de Davi derrotando o gigante Golias; centenas de cenas de violência moderna, incluindo torturas do tempo da ditadura militar e assassinatos domésticos; a lenda de Parsifal, escondido da violência do mundo pela mãe que o superprotege a ponto de negar-lhe conhecimentos fundamentais acerca da vida e dos homens, proteção que se revelará insana e inútil; Édipo e seu crime duplo, o parricídio e o incesto, e a conclusão de que a consciência é terrível, além de inútil; e Hamlet, com seu destino inquietante que eternamente inspira a arte.
Embora no título esteja a palavra "angústia", o tema é a violência física e moral. O termo escolhido por W. J. Solha refere-se à forma como todos lidamos com essas tragédias, de um jeito perturbador, sempre angustiado. Não poderia ser diferente. Para o escritor e crítico Paulo Bentancur, "a angústia encontrou, afinal, não seu remédio, mas um lugar fiel que reúne grandes capítulos de tormento da humanidade: o da ficção e o real".
Sobre o autor - W. J. Solha nasceu em Sorocaba (São Paulo), em 1941, e renasceu na Paraíba em 1962. Publicou vários romances e livros de poesia, produziu longas-metragens e trabalhou como ator. Além disso é artista plástico, autor dos painéis "Homenagem a Shakespeare", do auditório da reitoria da UFPb, e "A Ceia", do Sindicato dos Bancários da Paraíba.
Fonte:
A Gazeta
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/331769/visualizar/
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