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Politica Brasil
Sábado - 26 de Novembro de 2005 às 10:50

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Políticos de oposição subiram ontem o tom das críticas ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Nelson Jobim, que horas depois de votar pela suspensão do processo de cassação do deputado José Dirceu (PT-SP) participou de jantar oferecido pelo líder do governo no Congresso, senador Fernando Bezerra (PTN-RN), a uma dezena de parlamentares.

Vice-presidente da Câmara, o deputado José Thomaz Nonô (PFL-AL) foi um dos que reclamaram da desenvoltura de Jobim, que sonha em disputar a eleição presidencial do ano que vem. "Ter pretensões eleitorais é legítimo. O que não é legítimo é julgar de acordo com essas pretensões", disse Nonô ao jornal O Estado de S.Paulo. "As decisões do ministro só parecem fazer sentido se levarmos em conta o ponto de vista eleitoral dele. O presidente de um poder não pode se comportar como um deputado ou candidato".

Já o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), justificou a decisão da oposição de obstruir a votação do Orçamento-Geral da União até que o STF libere a Câmara para concluir o processo de cassação de Dirceu. O tucano alegou que o gesto da oposição não caracteriza intromissão na Justiça. "Só estou me metendo onde eu devo, que é no Congresso", afirmou Virgílio, que fustigou o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP). "Nós estamos obstruindo por causa de uma questão ética. Já o Mercadante, que fala em equívoco, também obstruiu o orçamento no governo passado, mas exclusivamente para atormentar o ex-presidente Fernando Henrique. Fez por motivos fúteis".

Mercadante voltou a defender Jobim e Dirceu - e a atacar a oposição. "O ministro Jobim tem história e estatura jurídica que o qualificam a exercer qualquer cargo. Ele nunca se comportou por atitudes político-eleitorais", disse. "O Supremo é a última instância. O que José Dirceu está pleiteando é que a acusação fale antes da defesa. Não tendo ocorrido isso, a defesa fica prejudicada".

Candidato de consenso O presidente do Supremo teria feito esta semana a mais forte investida para tentar viabilizar a candidatura no PMDB às eleições de 2006. De acordo com o jornal Zero Hora, em uma reunião no apartamento do deputado e presidente nacional do PMDB, Michel Temer (SP), em Brasília, Jobim admitiu que gostaria de se candidatar à Presidência, mas que não deveria se submeter à prévia de 5 de março.

Na presença de Temer, do governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos, do ex-governador de São Paulo Orestes Quércia e de outros peemedebistas de oposição, Jobim teria dito que só aceitaria ser candidato por consenso. O ministro também argumentou que não disputaria a candidatura numa prévia com o conterrâneo Germano Rigotto.





Fonte: Terra

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