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Politica Brasil
Quinta - 24 de Novembro de 2005 às 09:21
Por: Natacha Wogel

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O juiz do 12º Turno Penal de Montevidéu, Ricardo Vernazza, aguarda o parecer do Ministério Público e Fiscal uruguaio sobre os recursos apresentados pela defesa de João Arcanjo Ribeiro, no último dia 16, para proferir sua decisão. A informação foi fornecida ontem pela assessoria de imprensa da Suprema Corte de Justiça. A fiscal uruguaia (promotora) Cristina Gonzáles, já de posse dos pedidos, tem seis dias para analisá-los e remetê-los novamente ao magistrado do 12º Turno.

“Estou estudando, o que não se faz de um hora para outra, de pronto. Existem os trâmites legais e tenho que cumpri-los, fazendo o possível para resolver o quanto antes”, disse o juiz ao Diário por telefone. Vernazza tem mais 36 dias pela frente para decidir se acata os recursos da defesa, ou se os rechaça ou se os remete ao Tribunal de Apelações, como fez com um dos primeiros pedidos de apelação apresentados pela defesa, em 20 de outubro, que suspendeu a entrega de Arcanjo ao Brasil.

Desde abril de 2003, o bicheiro, também conhecido como ‘Comendador’, está preso no Cárcere Central de Montevidéu. Apesar de já ter cumprido a pena de nove meses por falsidade ideológica, crime pelo qual foi condenado naquele país, Arcanjo continua detido até que sua extradição seja executada, como parte do acordo feito entre os dois países.

Segundo informações de uma fonte uruguaia, as instalações onde o bicheiro se encontra há mais de dois anos são as melhores no universo carcerário do país. “A Cárcere Central é onde ricos uruguaios ficam quando são presos. Não tem nada a ver com outras prisões uruguaias, onde existem celas para dois e ficam seis ou oito pessoas, como a Penal da Liberdade e a Santiago Vasquez”, comparou.

A cela onde o bicheiro está alojado, detalha a fonte, parece um apartamento. Ele tem acesso a TV, dorme em uma cama confortável e divide o espaço com mais duas pessoas, “mas que cometeram delitos leves”, informou. A comida servida é aquela que ele preferir, pois lá é possível que se mande comprar a comida que desejar.

A esposa de João Arcanjo, Silvia Shirata, tem acesso constante à sua cela. As visitas íntimas ocorrem em um anexo da penitenciária, no primeiro andar do prédio. “Ele passa muito bem, não está magro e nem parece abatido”, completou.

Arcanjo teve a execução de sua entrega às autoridades brasileiras suspensa no dia 20 de outubro, quando uma equipe de policiais federais já havia se deslocado até Montevidéu para trazê-lo de volta. Sua extradição foi embargada pelo empasse judicial causado por recursos apresentados por sua defesa no mesmo dia. Desde então, a Embaixada brasileira no Uruguai vem promovendo contatos diplomáticos constantes para que a extradição aconteça o quanto antes, e já aventou a possibilidade da contratar uma advogado local para prestar consultoria jurídica sobre o Tratado de Extradição dos dois países, de forma a contribuir para uma resolução mais rápida.





Fonte: Diário de Cuiabá

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