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Economia
Quarta - 23 de Novembro de 2005 às 09:28
Por: Marianna Peres

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O Procon em Cuiabá registrou, nos últimos dias, 10 reclamações contra a Avestruz Master Agro Comercial, Importação e Exportação. Todas as queixas são de investidores com aplicações na filial mato-grossense, implantada há pouco mais de um ano na Capital.

Segundo a base de dados do órgão, as reclamações são separadas por áreas, e nestes 10 casos estão relacionadas a questões financeiras como contrato (não cumprimento, alteração, transferência, irregularidade e rescisão), publicidade enganosa, não pagamento do resgate e não entrega do produto, neste caso, título de capitalização e compra programada. Todos os problemas citados referem-se ao fornecedor, a Avestruz Master.

Das 10 ocorrências, sete apontaram divergências contratuais, sendo quatro registradas como abertura direta de reclamação e não uma simples consulta ou atendimento preliminar.

O Procon de Goiânia, onde está localizada a sede da empresa, iniciou ontem o levantamento do número de aves do estado de Goiás, mas o órgão solicitará junto ao Ministério Público Federal (MPF) orientação para que Procons de todo o País comecem a fazer a contagem nos estados onde a Avestruz Master tem filiais. A exemplo do Ceará, Minas Gerais, Tocantins, Bahia, Mato Grosso e Pernambuco. Para Mato Grosso, com uma única fazenda, localizada no quilômetro 12,5 da rodovia Cuiabá/Santo Antônio do Leverger, as ações ainda não estão definidas.

NA FAZENDA – O DIÁRIO esteve na tarde de ontem na sede da fazenda da Master em Mato Grosso. Mais uma vez, a entrada foi impedida, mas um funcionário, que pediu para não ter a identidade revelada, afirmou que no local existem cerca de 250 a 300 aves e que até o momento não há falta e nem racionamento de ração. “Não posso precisar por mais quanto tempo a ração vai durar, mas não há qualquer problema na alimentação”. Ele explicou ainda que um galpão para armazenamento da ração acaba de ser construído e que a empresa mantém os planos de expandir o número de piquetes (locais onde as aves ficam separadas do plantel). O funcionário garantiu ainda que desde julho, quando a fazenda foi fechada para que houvesse a certificação do Ministério da Agricultura – que ainda não ocorreu –, nenhuma ave entrou ou saiu da unidade.

Desde que a possibilidade de falência veio à tona, no último dia 4, o funcionário explica que visita por parte dos investidores foi intensificada na semana seguinte. O funcionário afirmou ainda que os salários estão em dia e que há um certo temor pelas demissões. “Mas vamos ter de esperar a virada do mês para saber o vai acontecer”.

HÁ UM ANO – Para inauguração, em setembro de 2004, a unidade recebeu investimentos de cerca de R$ 1 milhão: R$ 500 mil em infra-estrutura e o restante para formação de um plantel com 200 aves. Na ocasião, o diretor executivo, Fraçois Van Sebroeck, explicou que o sistema de “criador parceiro” nada tinha a ver com o da falida Boi Gordo, que comercializava arrobas sem que o proprietário tivesse que criar os bois. "Temos contratos de vendas com prazos preestabelecidos. Criamos isso porque precisávamos, há seis anos, criar em curto espaço de tempo animais para abastecer os mercados brasileiro e mundial".





Fonte: Diário de Cuiabá

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