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Politica Brasil
Quarta - 23 de Novembro de 2005 às 07:45
Por: KLEBER LIMA

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Apeîara é o nome de uma fundação criada pelo deputado José Riva, voltada a trabalhos sociais com crianças e adolescentes que vivem em grupos de risco social, excluídos ou vitimizados. A fundação funciona atualmente em 10 municípios do interior com um programa de inclusão digital. Quatro mil crianças, de acordo com a coordenadora da Ong, Tânia Figueira, de Juara, já receberam formação em CorelDraw, Power Point, Word, Excel, Internet e outros recursos digitais da era moderna. Outro tanto está sendo atendido no momento.

A fundação, segundo Tânia e o próprio deputado contam, é mantida com pouco mais de R$ 15 mil mensais, oriundos da contribuição compulsória dos funcionários de Riva na Assembléia Legislativa e em suas empresas. Algo em torno de 3% na folha de cada um.

Peguei esse exemplo, que conheci in loco no último final de semana, para falar de uma atitude absolutamente moderna e irreversível na sociedade atual, que é a responsabilidade social. Grandes empresas e corporações já têm praticado ações de compromisso comunitário mundo afora.

A Rede Globo de Televisão, por exemplo, fez recentemente uma campanha de marketing com o balanço social da empresa 2004/2005, elencando todas as ações de merchandising social na sua programação. Além de projetos mais conhecidos, como Criança Esperança, a TV vem incluindo em seus telejornais, novelas e programas de entretenimento temas diretamente relacionados à vida cotidiana das pessoas, como saúde, emprego, drogas, alcoolismo, fome, etc.

Em Cuiabá, o “jornalismo comunitário” da TVCA vem ao encontro dessa proposta. O McDonald’s, por meio da campanha McDia Feliz, praticamente banca integralmente uma casa de apoio à Criança com Câncer (AACC). Isso pra ficar em poucos cases de responsabilidade social.

Além de uma boa ferramenta de marketing, essas ações de compromisso social de fato mudam a realidade de muitas pessoas, sobretudo se forem associadas a políticas públicas que visem à integração e recuperação de grupos excluídos.

Na mesma viagem conheci um programa de micro-crédito da prefeitura de Colíder. Depois de fazer um Censo Econômico e identificar vários pequenos negócios existentes na cidade, a prefeitura conseguiu incluir parte deles nos programas de financiamento da MT Fomento. Lá mesmo em Colíder tive a oportunidade de assistir a uma palestra do jornalista Onofre Ribeiro, onde falou, entre outros, da importância de políticas de capacitação profissional do mercado mato-grossense para receber o boom de investimentos que se avistam no horizonte para o Estado.

A conclusão que cheguei é que as coisas estão acontecendo em Mato Grosso. Talvez não no ritmo e velocidade necessários. Mas acontecem. Se o Estado (entendido aqui como poder público em geral) estimular as iniciativas não estatais e criar ele próprio políticas públicas de geração de renda, de recuperação dos grupos excluídos, poderemos criar novos caminhos e alternativas sociais e econômicas a curto prazo. A primeira-dama do Estado, Terezinha Maggi, é uma entusiasta dessas iniciativas. O que já é um bom começo.

A propósito, Apeîara significa “bom caminho” em Tupi-Guarani, a língua que Policarpo Quaresma - o personagem símbolo do brasileiro tupiniquim criado por Lima Barreto - defendia como língua oficial do Brasil, em vez do Português.

KLEBER LIMA é jornalista e Consultor de Comunicação da KGM - SOLUÇÕES INSTITUCIONAIS. E-mails: kleber@kgmcomunicacao.com.br e kleberlima@terra.com.br.





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