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Cultura
Terça - 22 de Novembro de 2005 às 15:33
Por: Reali Júnior

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Paris - A Sinfonia do Rio de Janeiro, que teve apenas duas apresentações no Rio, uma no Teatro Municipal e outra ao ar livre em Copacabana, rompe pela primeira vez as fronteiras constituindo um dos principais espetáculos desta fase final do Ano do Brasil na França.

O concerto está marcado para esta terça-feira, no auditório de 1.300 lugares da Unesco, segundo contou em Paris o regente da sinfonia, o maestro e compositor Francis Hime.

A orquestra da Unesco participará do evento acrescida de sopros e percussões e contará com intérpretes - solistas como Chico César, Leila Pinheiro, Olívia Hime, Sérgio Santos e José Renato. Esse será um dos pontos altos dessa fase final do ano brasileiro que nasceu desacreditado, mas acabou obtendo um êxito inesperado até para os próprios organizadores e outras pessoas envolvidas no projeto.

Segundo Francis Hime, a música da Sinfonia do Rio de Janeiro se situa entre a erudita e a popular, retratando a história da cidade durante uma hora e meia em torno de cinco movimentos: lundu, modinha, choro, samba e canção brasileira.

Os textos da sinfonia são de Geraldo Carneiro e Paulo César Pinheiro, sendo que esses cinco movimentos apresentam o Rio Colonial, através do solista Chico César.

O Rio Imperial, abrirá espaço para José Renato; o Rio da Primeira República para Leila Pinheiro, enquanto Olívia Hime aparece no quarto movimento, o samba. Finalmente, o quinto movimento, a canção brasileira, será responsabilidade do solista Sérgio Santos.

Outro evento importante, nesse crepúsculo do ano brasileiro na França é a do Espace Topographie de l´Art, no Marais, apresentando uma exposição com instalações, esculturas e vídeos realizados por artistas brasileiros. Comissária da exposição, Evangelina Seiler reuniu obras em torno dos conceitos natureza e urbano. As obras exibidas permitem observar os aspectos sociais e políticos implicados na conjuntura evocada.

A exposição aborda também as diferentes atitudes que o homem atual pode manter com seu meio ambiente. Artistas como Brígida Baltar, Raul Mourão, Eduardo Srur, Fabiana de Barros, Michel Favre, Lia Mena Barreto, Lia Chaia, Lucia Koch e Marcos Chaves, participam da mostra.

O Ano do Brasil na França, que bate recordes de presença na mídia francesa, chega ao fim e um primeiro balanço já revela o seu êxito. Nunca a imagem brasileira foi projetada de forma tão positiva não só em Paris, mas em todo o país. Basta citar o resultado de uma pesquisa feita no metro parisiense. Quando consultados se conheciam ou não as temporadas culturais estrangeiras na França, 50% das pessoas responderam negativamente, mas quando indagadas sobre o país homenageado este ano, 90% não hesitaram, citando o nome do Brasil. Nos anos anteriores, a França homenageou a Índia, Rússia e a China, mas, no entanto, nenhum deles conseguiu a mesma repercussão.

O País esteve presente em tudo: na mídia francesa (rádio e televisão), mas também nos cinemas, salas de exposição, teatros, parques, jardins, etc. As cores brasileiras, o verde e amarelo, entraram na moda durante o verão, com a popularização da tanga, mas também das sandálias e dos cosméticos da Natura, empresa que inaugurou uma das mais bonitas e ecológicas lojas de Saint-Germain-des-Près.

Lojas de departamento como Printemps e Galeries Lafayette abriram espaços para produtos brasileiros, jóias, bolsas, saias, enquanto as duas grandes redes de supermercado, Casino e Carrefour, ensinaram o francês a tomar caipirinha, cerveja e guaraná.





Fonte: Agência Estado

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