Após erro, CBF e árbitros fazem homenagens a Márcio Rezende

Depois de cometer o erro que pode decidir o Brasileiro, no jogo entre Corinthians e Internacional, o árbitro Márcio Rezende de Freitas, 45, receberá homenagens da CBF, da Associação Nacionais de Árbitros (Anaf), de federações e de colegas de profissão pelo encerramento de sua carreira.

O árbitro mineiro deixou de apitar pênalti de Fábio Costa em Tinga, anteontem, quando o placar era de 1 a 1. Ainda expulsou o meia do Inter por simular falta.

"Aquilo foi uma infelicidade", disse o presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Edson Rezende. "Ele teve uma boa atuação, mas errou num lance capital."

A confederação não punirá o juiz. Há até a possibilidade de escalá-lo em um dos jogos da rodada final do Brasileiro. Freitas está fora da próxima rodada apenas porque haverá uma festa para ele na Federação Catarinense.

"Por tudo que ele já fez pela arbitragem brasileira, participou da Copa de 98, vou propor à CBF uma homenagem pelo final de carreira", disse Edson Rezende.

A idéia da Comissão de Arbitragem era escalar Márcio Rezende para apitar o jogo festivo entre a seleção de melhores do campeonato e o campeão.

Mas o juiz terá de ser definido por votação promovida pela CBF, entre jornalistas e jogadores.

Em sua carreira, além do erro de anteontem, Márcio Rezende também falhou na final do Brasileiro de 1995. Validou dois gols ilegais e anulou um legítimo, o que prejudicou o Santos e favoreceu o Botafogo. O time carioca foi o campeão, com o placar de 2 a 1.

A diretoria da Anaf informou que Márcio Rezende será homenageado em congresso da entidade, em janeiro.

Todos os árbitros que encerram a carreira recebem uma placa, mas o juiz mineiro terá uma deferência especial.

Haverá placa com seu número de jogos, 1.005 e um discurso, em evento organizado pelo Sindicato de Árbitros de São Paulo. "Todo mundo conhece o Márcio que é um cara sério. Um erro não apaga sua carreira", disse José de Assis de Aragão, presidente da Anaf.

Outra homenagem será feita pela associação mineira de árbitros. Colegas de Fifa de Freitas defendem os festejos para ele.

"Temos que reverenciar um árbitro como mais de mil jogos", explicou o juiz Sálvio Spíndola. "Acho que merece", completou Wagner Tardelli.

Ao comentar as homenagens, o vice-presidente de Futebol do Inter, Vitório Piffero, ironizou:

"Que bom que ele não vai atuar mais", disse. O dirigente revelou temor de que, como homenagem, a CBF escalasse o árbitro no jogo Corinthians x Goiás. Mas a possibilidade é remota.