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Dívida e PIB atrasam grau de investimento
O Brasil tem pouco mais de 20% de chance de atingir o desejado grau de investimento nos próximos cinco anos, considerando as estatísticas de "promoção" de países pela Standard & Poor's, uma das maiores agências de classificação de risco do mundo.
Mas a possibilidade de subir só um degrau na escala de "notas" passou a ser de 75% neste mês, depois que a agência mudou de "neutra" para "positiva" a perspectiva da classificação do país. Nesse caso, a alteração da nota leva em média um ano e três meses.
Se essa mudança ocorrer, o Brasil ainda ficará a dois passos do grau de investimento, patamar no qual o país é considerado um bom devedor e, por isso, é capaz de captar dinheiro no mercado a taxas mais baixas e prazos mais longos. Conseguir o grau de investimento é um dos principais objetivos do ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho.
As chances e problemas no caminho do Brasil em direção à "promoção" foram apresentados ontem em São Paulo por David Beers, diretor global de Ratings de Finanças Públicas e Ratings Soberanos da Standard & Poor's.
A uma platéia de empresários e economistas, Beers disse que a situação do Brasil nunca foi tão favorável para a obtenção do grau de investimento, mas que uma série de fragilidades fazem com que a mudança não seja tão rápida quanto deseja o governo.
Beers mostrou que a situação do Brasil em uma série de indicadores é pior que a de países que têm grau de investimento: o tamanho da dívida em relação ao PIB é maior, o volume de exportações em relação ao PIB é menor, e a taxa de crescimento, mais baixa.
Esses índices apontam para o peso da dívida e a capacidade de o governo gerar receitas para pagar seus compromissos --em moeda estrangeira, com as exportações, e nacional, com o crescimento e maior arrecadação.
Os fatores positivos são as políticas fiscal, monetária e cambial consistentes e o amadurecimento das instituições. O ponto em que o Brasil está melhor na comparação com os países que são grau de investimento é no tamanho do superávit primário, que é o dinheiro que o governo economiza para pagar os juros.
As dúvidas sobre o futuro, segundo Beers, são três: como o Brasil vai reagir a um cenário internacional menos favorável que o atual, se vai poder crescer mais rapidamente nos próximos cinco anos e se manterá a disciplina fiscal. "A obtenção do grau de investimento depende das políticas que o governo está perseguindo agora", afirmou Beers em entrevista na Câmara Americana de Comércio para o Brasil, onde o evento foi realizado.
Beers acredita que há "consenso" no Brasil sobre a necessidade de disciplina fiscal e aposta que a política de superávits primários se manterá no próximo governo, qualquer que seja o eleito.
Antes de sua exposição, os economistas José Roberto Mendonça de Barros, da MB Associados, e Octavio de Barros, economista-chefe do Bradesco, defenderam a idéia da área econômica do governo de aprovar um projeto de ajuste fiscal de longo prazo.
"É a proposta mais séria e importante a ser discutida em 2006 e o único caminho para aumentar investimentos", disse Mendonça de Barros. Octavio de Barros também apontou o ajuste e o corte de gastos como a saída para elevar a capacidade de investimento do setor público, hoje em 0,65% do PIB, o equivalente a R$ 11 bilhões.
Mas a possibilidade de subir só um degrau na escala de "notas" passou a ser de 75% neste mês, depois que a agência mudou de "neutra" para "positiva" a perspectiva da classificação do país. Nesse caso, a alteração da nota leva em média um ano e três meses.
Se essa mudança ocorrer, o Brasil ainda ficará a dois passos do grau de investimento, patamar no qual o país é considerado um bom devedor e, por isso, é capaz de captar dinheiro no mercado a taxas mais baixas e prazos mais longos. Conseguir o grau de investimento é um dos principais objetivos do ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho.
As chances e problemas no caminho do Brasil em direção à "promoção" foram apresentados ontem em São Paulo por David Beers, diretor global de Ratings de Finanças Públicas e Ratings Soberanos da Standard & Poor's.
A uma platéia de empresários e economistas, Beers disse que a situação do Brasil nunca foi tão favorável para a obtenção do grau de investimento, mas que uma série de fragilidades fazem com que a mudança não seja tão rápida quanto deseja o governo.
Beers mostrou que a situação do Brasil em uma série de indicadores é pior que a de países que têm grau de investimento: o tamanho da dívida em relação ao PIB é maior, o volume de exportações em relação ao PIB é menor, e a taxa de crescimento, mais baixa.
Esses índices apontam para o peso da dívida e a capacidade de o governo gerar receitas para pagar seus compromissos --em moeda estrangeira, com as exportações, e nacional, com o crescimento e maior arrecadação.
Os fatores positivos são as políticas fiscal, monetária e cambial consistentes e o amadurecimento das instituições. O ponto em que o Brasil está melhor na comparação com os países que são grau de investimento é no tamanho do superávit primário, que é o dinheiro que o governo economiza para pagar os juros.
As dúvidas sobre o futuro, segundo Beers, são três: como o Brasil vai reagir a um cenário internacional menos favorável que o atual, se vai poder crescer mais rapidamente nos próximos cinco anos e se manterá a disciplina fiscal. "A obtenção do grau de investimento depende das políticas que o governo está perseguindo agora", afirmou Beers em entrevista na Câmara Americana de Comércio para o Brasil, onde o evento foi realizado.
Beers acredita que há "consenso" no Brasil sobre a necessidade de disciplina fiscal e aposta que a política de superávits primários se manterá no próximo governo, qualquer que seja o eleito.
Antes de sua exposição, os economistas José Roberto Mendonça de Barros, da MB Associados, e Octavio de Barros, economista-chefe do Bradesco, defenderam a idéia da área econômica do governo de aprovar um projeto de ajuste fiscal de longo prazo.
"É a proposta mais séria e importante a ser discutida em 2006 e o único caminho para aumentar investimentos", disse Mendonça de Barros. Octavio de Barros também apontou o ajuste e o corte de gastos como a saída para elevar a capacidade de investimento do setor público, hoje em 0,65% do PIB, o equivalente a R$ 11 bilhões.
Fonte:
24 HorasNews
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/334459/visualizar/
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