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CPI irá propor indiciamento de Genoino, Dirceu e Gushiken
O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), disse ontem que irá propor o indiciamento de mais de 50 pessoas, entre eles o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil), o ex-ministro Luiz Gushiken (hoje chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência) e o ex-presidente do PT José Genoino.
De acordo com Serraglio, já existem elementos suficientes para propor o indiciamento, mas ainda existem "pontas soltas" que precisam ser resolvidas antes da conclusão do relatório. "Serão mais de 50", respondeu, ao ser questionado sobre quantos seriam os possíveis indiciados.
Serraglio afirma que os nomes daqueles que irão figurar na lista de sugestão de indiciamento só devem ser anunciados mais para frente. Cabe à CPI sugerir nomes a serem indiciados ao Ministério Público, que decidirá se acata ou não a sugestão da comissão.
"Se falarmos disso agora, criaremos frentes de resistência. Quanto mais calados, melhor", afirmou Serraglio ontem à Folha.
"Os detalhes estão sendo coletados, mas é certo que está chegando a hora de a CPI propor os indiciamentos", afirma o presidente da Comissão, o senador Delcídio Amaral (PT-MS).
Ele trabalha com a possibilidade de concluir os trabalhos por volta de fevereiro do ano que vem, embora a CPI tenha autorização para funcionar até o mês de abril.
"Especulação absurda"
Relator adjunto da comissão, o deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ), declara que a previsão de "mais de 50" indiciados "não é uma especulação absurda", dado o esquema "ser tão amplo e tantas as verdades já apuradas".
O deputado atua com Serraglio para tentar apresentar um relatório parcial antes do recesso do Congresso Nacional, que começa no final de dezembro.
Existe a possibilidade de que as sugestões de indiciamento sejam feitas parcialmente, obedecendo a três etapas. Primeiro, os nomes mais conhecidos de todo o processo, encabeçado pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. Em seguida, serão listados os executivos ou ex-executivos de estatais. Finalmente, os congressistas envolvidos.
Na opinião de Eduardo Paes, no caso dos congressistas, "o principal papel da CPI já foi feito, com a sugestão de punição política".
Entre os nomes citados ontem pelo relator da CPI, as suspeitas que pesam contra cada um têm pesos diferentes. No caso do ex-ministro Gushiken, há os contratos da Visanet --empresa que tem como um de seus sócios o Banco do Brasil--, em que ele é acusado de ter mudado uma regra para facilitar o caixa dois do PT, e também supostas irregularidades em contratos dos Correios.
"Não tem como propor agora [o indiciamento], porque ainda há fatos pendentes, mas já há elementos para propor o indiciamento", disse Serraglio, em relação a Gushiken.
Falsidade ideológica
Contra Genoino, a tese cada vez mais forte na CPI é de que os empréstimos em bancos foram fictícios, para acobertar dinheiro de origem ilícita. Como presidente do partido, Genoino avalizou os empréstimos, e poderia ser, segundo Serraglio, indiciado por falsidade ideológica.
Dirceu, na avaliação do relator, terá seu indiciamento proposto por estar no que a CPI definiu como "eixo dos corruptores" --quem operava o suposto "mensalão", não quem o recebia.
"Temos evidências de que esses assuntos não-republicanos eram ligados ao José Dirceu", afirmou Osmar Serraglio.
Por meio de sua assessoria, Dirceu questionou a solidez da investigação de Serraglio. "Se a consistência das acusações que ele tem é a mesma do relatório parcial, esse relatório final vai ser mais uma alegoria política", afirmou, referindo-se ao relatório preliminar que sugeriu a cassação de 19 parlamentares, entre eles Dirceu.
O ex-ministro tem, no entanto, preocupações mais prementes. A Câmara dos Deputados pode votar depois de amanhã em plenário a sua cassação. Mas a data ainda pode ser adiada, em razão do julgamento de um recurso na Comissão de Constituição e Justiça.
De acordo com Serraglio, já existem elementos suficientes para propor o indiciamento, mas ainda existem "pontas soltas" que precisam ser resolvidas antes da conclusão do relatório. "Serão mais de 50", respondeu, ao ser questionado sobre quantos seriam os possíveis indiciados.
Serraglio afirma que os nomes daqueles que irão figurar na lista de sugestão de indiciamento só devem ser anunciados mais para frente. Cabe à CPI sugerir nomes a serem indiciados ao Ministério Público, que decidirá se acata ou não a sugestão da comissão.
"Se falarmos disso agora, criaremos frentes de resistência. Quanto mais calados, melhor", afirmou Serraglio ontem à Folha.
"Os detalhes estão sendo coletados, mas é certo que está chegando a hora de a CPI propor os indiciamentos", afirma o presidente da Comissão, o senador Delcídio Amaral (PT-MS).
Ele trabalha com a possibilidade de concluir os trabalhos por volta de fevereiro do ano que vem, embora a CPI tenha autorização para funcionar até o mês de abril.
"Especulação absurda"
Relator adjunto da comissão, o deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ), declara que a previsão de "mais de 50" indiciados "não é uma especulação absurda", dado o esquema "ser tão amplo e tantas as verdades já apuradas".
O deputado atua com Serraglio para tentar apresentar um relatório parcial antes do recesso do Congresso Nacional, que começa no final de dezembro.
Existe a possibilidade de que as sugestões de indiciamento sejam feitas parcialmente, obedecendo a três etapas. Primeiro, os nomes mais conhecidos de todo o processo, encabeçado pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. Em seguida, serão listados os executivos ou ex-executivos de estatais. Finalmente, os congressistas envolvidos.
Na opinião de Eduardo Paes, no caso dos congressistas, "o principal papel da CPI já foi feito, com a sugestão de punição política".
Entre os nomes citados ontem pelo relator da CPI, as suspeitas que pesam contra cada um têm pesos diferentes. No caso do ex-ministro Gushiken, há os contratos da Visanet --empresa que tem como um de seus sócios o Banco do Brasil--, em que ele é acusado de ter mudado uma regra para facilitar o caixa dois do PT, e também supostas irregularidades em contratos dos Correios.
"Não tem como propor agora [o indiciamento], porque ainda há fatos pendentes, mas já há elementos para propor o indiciamento", disse Serraglio, em relação a Gushiken.
Falsidade ideológica
Contra Genoino, a tese cada vez mais forte na CPI é de que os empréstimos em bancos foram fictícios, para acobertar dinheiro de origem ilícita. Como presidente do partido, Genoino avalizou os empréstimos, e poderia ser, segundo Serraglio, indiciado por falsidade ideológica.
Dirceu, na avaliação do relator, terá seu indiciamento proposto por estar no que a CPI definiu como "eixo dos corruptores" --quem operava o suposto "mensalão", não quem o recebia.
"Temos evidências de que esses assuntos não-republicanos eram ligados ao José Dirceu", afirmou Osmar Serraglio.
Por meio de sua assessoria, Dirceu questionou a solidez da investigação de Serraglio. "Se a consistência das acusações que ele tem é a mesma do relatório parcial, esse relatório final vai ser mais uma alegoria política", afirmou, referindo-se ao relatório preliminar que sugeriu a cassação de 19 parlamentares, entre eles Dirceu.
O ex-ministro tem, no entanto, preocupações mais prementes. A Câmara dos Deputados pode votar depois de amanhã em plenário a sua cassação. Mas a data ainda pode ser adiada, em razão do julgamento de um recurso na Comissão de Constituição e Justiça.
Fonte:
24 HorasNews
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/334760/visualizar/
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