Repórter News - reporternews.com.br
Politica Brasil
Sexta - 18 de Novembro de 2005 às 13:59
Por: Elina Rodrigues

    Imprimir


O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios, senador Delcídio Amaral (PT-MS), afirmou não considerar uma boa idéia a incorporação das investigações da CPI do Mensalão pela CPI dos Correios, na forma de uma sub-relatoria, como chegou a ser cogitado.

- Não acho bom. Estamos em fase fora de holofote, com elaboração e aprovação de relatórios, apresentação de conclusões por parte das sub-relatorias ao longo do mês de dezembro, janeiro, fevereiro. Isso só vai atrapalhar - opinou.

Delcídio também falou sobre a possibilidade de a CPI acabar em fevereiro, discutida na reunião de líderes do Senado na quinta-feira (17). A idéia, segundo o senador, é a de que os resultados conclusivos sejam apresentados o mais rapidamente possível, ficando abril como limite para o encerramento dos trabalhos. Não há, ainda, acerto sobre isso, conforme informou.

- É preciso cautela, tem que conversar com os sub-relatores para ver a data mais conveniente. Mas é possível [terminar em fevereiro].

Delcídio também explicou o motivo da conversa com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Nelson Jobim, na tarde da última quinta: as liminares que o STF concedeu a corretoras e fundos de pensão, como a Prece, fundo de pensão da Cedae (Companhia de Água e Esgotos do Rio de Janeiro), impedindo as transferências de sigilo bancário e fiscal aprovados pela CPI. Os ministros adotaram as decisões temporárias por considerarem a argumentação dos pedidos falha.

- Dissemos a ele que, na exposição de motivos dos requerimentos, não podíamos detalhar algumas coisas que fazem parte de investigações que organizações do mercado têm feito com relações a algumas corretoras - afirmou Delcídio.

A idéia é que os parlamentares conversem com os ministros relatores que receberam os pedidos para expor os motivos, mostrando que já existe suspeição sobre operações de algumas das corretoras que tiveram os pedidos de quebra de sigilo aprovados. Prevalecendo a obtenção de liminares, então a CPI revelaria ao STF as informações sigilosas que levaram ao pedido de quebra.

- Combinamos que vamos conversar com cada ministro do STF que recebeu esses pedidos de liminar para esclarecer por que pedimos - explicou

Agenda Segundo o relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), caso os parlamentares aprovem os requerimentos devidos na reunião administrativa da próxima terça-feira (22), o Plenário deve ouvir na quarta-feira (30) da semana seguinte o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato e o ex-superintendente do Banco Rural Carlos Godinho. Pizzolato aparece com sacador das contas das empresas de Marcos Valério Fernandes de Souza. Já Godinho deu uma entrevista à revista Época, afirmando que os empréstimos ao PT e a Valério (que teria repassado o montante ao ex-tesoureiro da legenda Delúbio Soares) eram de fachada, feitos "para não pagar".

Ainda na terça (22), o sub-relator de Contratos, deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), apresentará relatório parcial sobre a empresa Skymaster, que segundo ele, tem contratos fraudulentos com os Correios. E na quinta-feira (24), deve ser votado o relatório parcial do deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), sub-relator de Fontes Financeiras, apresentado há duas semanas, em que se pede o indiciamento de Marcos Valério e Delúbio Soares pelo Ministério Público.





Fonte: Agência Senado

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/335283/visualizar/