A taça do mundo é nossa

O quadrado mágico é a bola da vez nos jornais televisivos e nos periódicos de papel. Quem o formará no ataque da Seleção brasileira de futebol? Temos cinco candidatos e apenas quatro vagas. Ronaldo, o fenômeno, Ronaldinho, o gaúcho, Adriano, o tanque, Robinho, o ciclista, ou Kaká, o belo. Estão até admitindo a hipótese de um pentágono no ataque do time que representa nossa pátria de chuteiras, amada e idolatrada, aquela que nos dá alegria, que nos faz sentir prazer em ser brasileiros.

Agora podemos até votar nos jogadores que queremos ver como titulares da seleção brasileira em enquetes pela internet ou até pelo telefone, não é democrático? Se preferir o Robinho é só enviar uma mensagem com a palavra “pedalada”, e você só pagará o custo de uma ligação de celular para Belo Horizonte. Não é fácil? Claro que é. E é muito fácil esquecer o que a nossa “segunda” pátria, aquela menos importante, está passando nesses últimos meses. Um escândalo de proporções tão gigantescas como jamais tivera notícia na história de nosso idolatrado país.

Me preocupa quando vejo um assunto sobre quem será o titular da seleção brasileira de futebol ser tratado como primordial. As conversas entre amigos já não são mais sobre a vergonha que o partido do governo está nos fazendo passar e sim quem deve ir à copa. Existem até uma campanha publicitária para cada um dos jogadores com o intuito de convencer o Parreira da sua convocação quando deveríamos estar convocando as pessoas para protestarmos contra toda essa onda de corrupção em que o governo e seu partido nos afundaram.

Meu maior receio é que em vez de um quadrado mágico tenhamos dois: um na seleção brasileira de futebol, o outro na organização político-administrativa do país formado pelo Quarto Poder em forma de partido político: Executivo, Legislativo, Judiciário e o PT.