Disputa acirra, mas Maggi mantém liderança

O governador Blairo Maggi (PPS) continua sendo o candidato preferido da maioria dos eleitores na disputa pelo governo de Mato Grosso, conforme revela pesquisa de intenções de votos feita pela Folha do Estado e pelo Instituto Voice Pesquisas, no começo deste mês, em todo o Estado. O fato novo, porém, é que a margem que o separa dos demais candidatos vem diminuindo gradativamente desde a medição feita pelo Folha/Voice em março deste ano.

A pesquisa foi realizada entre os dias 6, 7 e 8 de novembro (portanto, a 11 meses das eleições), em 86 municípios mato-grossenses. Foram ouvidas 1.470 pessoas das mais variadas faixas etárias e de diferentes níveis econômicos. A margem de erro é de 4% para mais ou para menos.

Cenários

Pré-candidato à reeleição, Maggi vence a disputa, inclusive, em dois cenários simulados pelo Folha/Voice. Nas duas situações, ele disputa com candidatos do PSDB, PFL e PT.

A pesquisa simulou duas candidaturas do PSDB - a do prefeito de Cuiabá, Wilson Santos, e a do senador Antero Paes de Barros -, numa eventual disputa com Maggi. Nesse mesmo contexto, foram simuladas duas candidaturas do PFL - a do ex-governador Jaime Campos e a do senador Jonas Pinheiro. Em todas essas situações, o governador desponta como o candidato preferido dos eleitores.

Num primeiro cenário, o candidato tucano é o atual prefeito de Cuiabá, Wilson Santos; e o do PFL, o ex-governador Jaime Campos. À pergunta "Em quem você votaria para governador de Mato Grosso se as eleições fossem hoje?", 49% apontaram o nome de Blairo Maggi; 13% preferiram Wilson Santos; 13% escolheram Jaime Campos (PFL); e 9% citaram o nome da senadora Serys Marli (PT). Dos 1.470 entrevistados, 16% disseram que não sabem em que votar.

No segundo cenário, o candidato tucano é o senador Antero Paes de Barros; o do PFL é o senador Jonas Pinheiro. O governador Blairo Maggi também é o preferido dos eleitores, com 46% das intenções de votos. Jonas Pinheiro vem em seguida, com 17%; seguido do tucano Antero Paes de Barros, com 15%; e de Serys, com 11%. Outros 11% não souberam ou não quiseram responder ao questionário.

"Uma vez que o PT e o PSDB parecem decididos a disputar a eleição com candidato próprio, o PFL pode ser o fiel da balança em 2006. Porém, uma aliança do PFL com o PPS é algo visto como natural", avalia Maurício Munhoz, consultor do Voice. Para ele, o mesmo não se pode dizer em relação ao PSDB ou PT, pois uma aliança desses partidos com o PPS poderia provocar o mesmo efeito danoso que provocaram as alianças Carlos Bezerra (PMDB) e Júlio Campos (PFL) e Carlos Bezerra e Antero Paes de Barros (PSDB), nas duas últimas eleições.

Uma avaliação da performance pelas regiões do Estado dos eventuais candidatos, por outro lado, revela algumas curiosidades. Segundo o jornalista Ramon Monteagudo, do Voice, no caso específico de Cuiabá, quando se estimula o nome do prefeito Wilson Santos, por exemplo, o número de eleitores indecisos aumenta.

"Isso, provavelmente num primeiro momento, ocorre porque o eleitor fica, de certa forma, confuso diante de um embate que pode ser considerado inusitado: a disputa entre o governador do Estado e o prefeito da capital", afirma.

Melhor desempenho é no sul e o pior em Cáceres/Guaporé

Para o levantamento, o Folha/Voice dividiu o Estado em nove regiões políticas: Baixada Cuiabana; Cáceres/Guaporé; Sul; Alto Araguaia (Barra do Garças); Baixo Araguaia (Querência); Nortão 1 (Sinop); Nortão 2 (Alta Floresta); Nortão 3 (Juara/Juína); e Médio Norte (Tangará/Sorriso).

As regiões onde as disputas foram mais acirradas, pela ordem, são: Cáceres/Guaporé, com Blairo alcançando 32% e Antero 23% das intenções de votos; Nortão 2, onde Blairo ficou com 32% e Jonas 22%; Nortão 1, com Blairo alcançando 37% e Antero 20%; e Baixada Cuiabana: com Blairo atingindo 38% e Wilson Santos 20%.

Apenas na cidade de Cuiabá, a diferença entre o governador e o prefeito diminui mais ainda, ficando Blairo Maggi com 34% e Wilson Santos com 23% das intenções de votos.

Já as regiões onde a margem de vitória do governador estão maiores são: Sul, onde Maggi atinge 67%, ficando o segundo colocado, Wilson Santos, com 10%; e no Nortão 3, quando Maggi chega a 62%, seguido de Jaime Campos com 13%.

Queda de Maggi é significativa

De março até agora, o desempenho do governador Blairo Maggi sofreu uma queda significativa de 11% (e 14%, dependendo do cenário) em relação às intenções de voto obtidas no último mês de março pelo Folha/Voice.

Se no total de respostas obtidas em março o governador alcançava 60% das preferências, agora ele alcança 49% no primeiro cenário e 46% no segundo cenário. (veja o gráfico).

Segundo Munhoz, tal queda se deve basicamente ao desgaste natural do cargo e também à proximidade do pleito de 2006. "Daqui em diante, a população tende a se posicionar de maneira mais crítica em relação à administração estadual. Some-se a isso o fato de que adversários políticos irão elevar, a exemplo do que ocorreu com o programa de TV do PSDB, o tom das críticas ao governador", afirmou.