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Meio Ambiente
Quinta - 02 de Junho de 2005 às 13:00

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Um grupo internacional de cientistas recriou uma grande parte do Universo em um supercomputador com o objetivo de investigar a evolução do cosmos, segundo a edição desta quinta-feira da revista científica britânica Nature.

A pesquisa, feita por astrofísicos do Reino Unido, Alemanha, Canadá e Estados Unidos, é a maior tentativa deste tipo para descobrir como a estrutura do cosmos mudou durante milhões de anos.

Os especialistas utilizaram 25 milhões de megabytes de cores - uma capacidade de armazenamento gigantesca - em um supercomputador com base em Garching (Alemanha), que demorou um mês, sem interrupções, para configurar a simulação.

O projeto, que rastreia os 14 mil anos de história da formação do Universo, pode ajudar a conhecer melhor alguns fenômenos como a evolução das galáxias ou os buracos negros.

"Trata-se, possivelmente, do maior (projeto) em física computadorizada e do maior computador da Europa", afirmou o professor Carlos Frenk, da Universidade de Durham (norte da Inglaterra) e um dos autores da pesquisa.

"Pela primeira vez temos uma réplica do Universo muito parecida com o Universo real. Assim, podemos começar a experimentar, pela primeira vez, com o Universo", explicou Frenk.

Nos últimos anos, os cientistas descobriram que as estrelas, as galáxias, os buracos negros e sua radiação, perceptíveis todos eles através de telescópios, formam 5% do cosmos.

O resto é formado em cerca de 25% por uma substância misteriosa que os cientistas chamam de "matéria negra fria", e os 70% restantes algo ainda mais desconhecido batizado de "energia negra", uma espécie de antigravidade que impulsiona o cosmos.

Segundo o especialista da Universidade de Durham, a natureza desta "energia negra" é atualmente o "problema número um sem solução da Física, e talvez da Ciência em geral".

Com estes dados, as leis da Física e as provas captadas por satélites sobre os restos de calor do Big Bang (explosão original que deu lugar ao cosmos), a equipe de cientistas quer usar o computador para poder decifrar alguns dos enigmas do Espaço.

"Nossas simulações nos dizem onde buscar pistas para compreender a energia negra. Se queremos saber mais sobre isso, precisamos estudar os grupos de galáxias, que possuem informações sobre a identidade da energia negra", explicou o professor Frenk.





Fonte: EFE

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