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Politica Brasil
Quinta - 02 de Junho de 2005 às 12:18

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A Polícia Federal já prendeu 78 pessoas acusadas de envolvimento em uma quadrilha que extraía madeira ilegalmente em Mato Grosso. A Operação Curupira acontece em seis estados e no Distrito Federal. Os policiais estão cumprindo 130 mandados de prisão. Uma das primeiras pessoas presas foi o gerente executivo do Ibama em Mato Grosso, Hugo José Scheuer Werle. Ele foi detido no início da manhã em um hotel em Sinop.

A megaoperação da Polícia Federal chamada "Operação Curupira" é resultado de nove meses de investigação para desarticular uma das maiores organizações criminosas do país, composta por madeireiros e despachantes especializados na extração e transporte ilegal de madeira mediante corrupção de servidores públicos do Ibama e da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Fema).

A Polícia Federal está cumprindo, desde a madrugada, 84 mandados de prisão temporária, sendo a grande maioria em Cuiabá e em cidades do interior de Mato Grosso, quatro no Pará, um em Rondônia e um no Paraná. Serão cumpridos ainda 96 mandados de busca e apreensão, todos expedidos pela 1ª Vara Federal de Mato Grosso.

Policiais federais de cinco estados vieram a Mato Grosso participar da operação. Os 430 policiais federais que atuam no caso só souberam do teor da operação momentos antes de saírem às ruas para cumprir os mandados.

Valores

Está avaliado em R$ 890 milhões o volume de madeira ilegal transportado pelos integrantes da quadrilha investigada pela Polícia Federal. Um levantamento preliminar feito por analistas ambientais do Ibama, que acompanharam as investigações da Polícia Federal realizando auditorias nos postos do órgão, revela que a madeira irregular daria para encher 66 mil caminhões.

Se toda essa madeira fosse colocada em caminhões, e eles fossem enfileirados um atrás do outro, poderiam cobrir a distância entre Salvador (BA) e Curitiba (PR). Ainda segundo esse estudo preliminar, a União terá que arcar com R$ 108 milhões para promover a recomposição da área devastada. Parte desse dinheiro sairá do bolso dos próprios investigados, que tiveram seus bens seqüestrados a pedido da Polícia Federal. O destino da madeira era a comercialização no país e no exterior, para onde era enviada através do Porto de Paranaguá (PR).

Crimes

Os acusados de participação na quadrilha que extraía madeira ilegalmente em Mato Grosso podem ser indiciados em até nove crimes. De acordo com a Polícia Federal, os investigados permanecerão presos até a conclusão do inquérito policial, que deverá ocorrer em 15 dias.

Os envolvidos devem ser indiciados pelos crimes de corrupção ativa e passiva, inserção de dados falsos em sistema de informações, prevaricação, advocacia administrativa, falsidade ideológica, autorização indevida de desmate, extravio de documento público, formação de quadrilha e estelionato contra a administração pública.




Fonte: RMT Online

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