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Politica Brasil
Quarta - 01 de Junho de 2005 às 13:21

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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) criticou ontem a política externa adotada pelo presidente Luz Inácio Lula da Silva, qualificando-a apenas como uma busca incessante por uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas): "Esta é que é a linha fundamental".

FHC, que fez uma palestra sobre globalização na Unicsul (Universidade Cruzeiro do Sul), em São Paulo, afirmou que as visitas de Lula à África e a cúpula entre os países árabes e os sul-americanos, realizada no mês passado no Brasil, por exemplo, são mecanismos adotados pelo atual governo apenas para angariar simpatias a essa pretensão diplomática.

"O presidente Lula vai à África e diz que é para vender, mas não é, até porque não tem quem compre", disse. Para FHC, "a linha da política externa atual é mais política do que econômica".

Embora reconheça que as aspirações brasileiras de ocupar uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU sejam "legítimas", FHC defendeu "mudanças mais profundas" no conselho, "senão, corremos o risco de ser ajudantes dos Estados Unidos".

Durante sua gestão, FHC também pleiteava uma cadeira permanente no Conselho de Segurança. Em 2001, durante encontro com o presidente dos EUA, George W. Bush, ele mencionou para Bush "a importância, para nós brasileiros, de que houvesse uma participação maior nossa, inclusive nos organismos formais, como no Conselho de Segurança".

Ontem, FHC disse que "o Brasil tem tido um empenho para inglês ver com os países pobres". Ele afirmou que tem "medo" do rumo da Alca (Área de Livre Comércio das Américas).

Para ele, graças a alterações ocorridas em durante encontro em Miami, no ano passado, pelas quais os países podem escolher num cardápio o que querem negociar e com quem, o Brasil corre o risco de ficar sozinho: "Os Estados Unidos estão fazendo acordo com todos, menos com a gente".

FHC, que evitou polemizar sobre a CPI dos Correios, disse que não acredita que as reformas política, sindical e tributária sejam aprovadas pelo Congresso. "Nosso sistema de representação político-partidária precisa ser radicalmente modificado porque [do jeito que está] permite a permanência de um conjunto de pessoas que representam posições de um Brasil que já não existe", disse.





Fonte: 24Horas News

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