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Politica Brasil
Terça - 31 de Maio de 2005 às 09:32
Por: Rubens de Souza

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Mostra a sua cara. A velha canção, demonstra claramente o que foi o programa gratuito de rádio e tevê do PSDB na noite desta segunda-feira em Mato Grosso. Muito bem elaborado, o programa procurou mostrar o que é hoje o governo do PPS de Blairo Maggi no Estado, ao lembrar as promessas não cumpridas na área social, na redução da carga tributária e, principalmente do achatamento que vem promovendo nos salários dos professores, que foram na última eleição os principais artífices da vitória do mega-produtor de soja.

A propaganda do PSDB foi um golpe na ponta do queixo do atual governo mato-grossense que vem enfrentando sérios problemas de relacionamento entre seu secretariado e na manutenção da aliança “Mato Grosso mais Forte”, responsável pela vitória em 2004 no primeiro turno.

Como um verdadeiro boxeador peso pesado, que ao invés de tentar minar o adversário com golpes contundentes no fígado, o PSDB partiu logo para golpes mais efecientes e avassaladores no rosto do adversário. Deixou o governo Blairo neste primeiro round com hematomas no rosto e um grande corte no supercílio.

E Blairo Maggi já vem sentindo os efeitos destes golpes. Seu governo está cambaleante na medida em que não dá um basta em seus principais seguidores. O que aconteceu neste final-de-semana com o super-secretário de Infra-Estrutura culpando Moacir Pires, presidente da Fema – Fundação Estadual de Meio Ambiente e Yêda Marli Oliveira, secretário de Desenvolvimento do Turismo, mostra que falta união e acima de tudo a unificação de um diálogo dentro do governo. Uma velha raposa política, aliada ao grupo do governador, ao tomar conhecimento do disparo da metralhadora de Pagot que culpa Pires e Yêda pelo fraco trabalho contra o desmate da Floresta no Estado, disse não é admissível que um governo tome duas vertentes. “O governador precisa assumir as rédeas de sua administração. Chamar seus secretários e avisar que o discurso tem de ser uníssono e que quem abre a boca para falar qualquer coisa sobre o secretariado e governo é ele (governador)”, disse esta raposa, temendo um futuro desastroso na carreira política de Blairo Maggi.

O PSDB foi perfeito no primeiro round deste combate, que uma prévia para a grande decisão quando espera retornar ao comando do Paiaguás. Mostrou que o governo Blairo Maggi não cumpre e não tem intenção alguma de cumprir as promessas de campanha.

O pior é que o governador demonstra que promessas são apenas e tão somente promessas, coisa banal em uma campanha política. E esta demonstração pode ser comprovada na Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2006 que foi remetida nesta segunda-feira para apreciação na Assembléia Legislativa.

Nem para o seu último ano de mandato, o governador vai cumprir a promessa de reduzir a carga tributária e investir na classe social, algo que até mesmo os aliados PP e PFL argumentam que foi esquecido na atual administração. Ao contrário da tão esperada redução na carga tributária, o governador mandou uma LDO que prevê uma arrecadação de R$ 5,8 bilhões para 2006, um incremento de 13,78% em relação ao exercício de 2004, o que demonstra que está havendo aumento na carga tributária.

Para se ter uma idéia do que representa este aumento, o governo vai gastar com o pagamento do funcionalismo estadual apenas um R$ 1,5 bilhão. Haverá uma sobra de R$ 4,4 bilhões, que deveriam ser investidos no pagamento de obras e na aplicação de investimentos, como estradas, que como disse Moacir Pires, presidente da Fema, ao rebater as duras críticas que recebeu do super-secretário Luiz Antônio Pagot, está em estado precário, sem condições para o escoamento da safra e muito menos para o atendimento da população do interior.

A troca de farpas entre secretários e aliados está sendo o ponto chave nesta disputa pelo Paiguás entre o PSDB e o PPS do governador Blairo Maggi. A oposição descobriu que o queixo do governador, como se diz no jargão do boxe, é de vidro e promete desferir daqui para frente golpes mais contundentes.

Aliados fortes previam na manhã desta terça-feira que ou o Blairo Maggi assume as rédeas do governo, impedindo que seus secretários abram a boca para falarem besteiras e determine o mais rápido possível os acertos para a manutenção da aliança, ou vai ser nocauteado antes mesmo de se iniciar a grande decisão pelo Paiaguás, ficando na lona já no segundo assalto desta empreitada.





Fonte: 24 Horas News

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