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Politica Brasil
Terça - 31 de Maio de 2005 às 06:27
Por: Wilson Lemos

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Quem acompanhou os acontecimentos políticos de 54 e 64 que precederam e gestaram o suicídio de Getúlio e a queda de Jango, não se surpreende com o clima de beligerância que ora envolve o cenário político nacional. Por trás da habitual agitação que caracteriza os períodos pré-eleitorais, permane-ce e aflora a mesma motivação político-ideológica a serviço de vaidades feridas e de interesses econômicos contrariados, que nos arrastou aos enfrentamentos daqueles anos de turbu- lência quando as forças do obscurantismo se arregimentaram engendrando sucessivas crises com o objetivo de boicotar as mudanças estruturais que a partir da Revolução de 1930 vi-nham ocorrendo no país.

Qualquer coincidência quanto aos objetivos e a maneira de agir da atual tropa de choque da oposição e da raivosa “ban-da de música” da velha UDN dos lenços brancos é mera se-melhança.

Como os comandados de Carlos Lacerda, os liderados do Sr. Arthur Virgílio e os afilhados de ACM pretendem promover a ingovernabilidade para ensejar seu retorno ao poder. Para tanto, começam por transformar as tribunas do Senado e da Câmara em casamatas de onde disparam incessantemente se-us petardos contra o Planalto. Adeptos do maniqueísmo, ro-tulam seus adversários de agentes do mal e tentam levar a ri-validade partidária a extremos perigosos. Em parceria com a grande imprensa cartelizada, utilizam o chamado jornalismo “in(ve)stigativo” para desencadear os ventos do denuncismo e tentar a instalação de CPIs destinadas a emperrar a maqui-na administrativa e retardar as ações positivas do governo.

Em meio a essa atoarda dos fariseus entrincheirados por trás do biombo do moralismo – que é o avesso da moral -, o que menos empolga a nossa “puritana” oposição é o combate re-al à corrupção que há séculos avassala o país e que ora vem sendo combatida com rigor pelo atual governo. Diante das a-ções eficientes da Polícia Federal, do Ministério Público e da Controladoria Geral da União desmantelando por todo o país quadrilhas que há décadas vinham agindo impunemente na administração pública, os emplumados de FH não abrem os bicos longos nem os capoeiristas de ACM tocam seus be-rimbaus numa louvação a essas instituições pelo trabalho de desmonte da corrupção que vêm realizando.

Aliás, nossos atuais paladinos da ética e defensores da mora-lidade no trato da coisa pública conviveram sem maiores es- crúpulos com essa chaga por oito longos anos. Muitas CPIs foram abortadas durante o reinado tucano e vários crimes contra o patrimônio público foram cometidos e relegados ao limbo do esquecimento sob o manto protetor da impunidade. Onde a ira santa, os arroubos de oratória fosforescente do hoje senador Virgílio que se acha Lacerda a exigir, como o faz agora, a apuração completa dos fatos?

Comparando as atitudes assumidas ontem e hoje pelos atuais oposicionistas diante de atos de corrupção que supostamente incriminam os governos, chega-se à conclusão óbvia de que o alvo de seus anátemas não é o ato de corrupção em si, mas sim o Governo sob o qual foi praticado ou, mais precisamen-te, o adversário que chefia esse governo. Em suma, o alvo da ira oposicionista é o presidente Luiz Inácio, provável candi-dato à reeleição em 2006. Portanto, delenda Lula é a palavra de ordem nos arraiais do tucanato e nas hostes mercenárias do pefelismo e seus satélites. Wilson Lemos: E-mail: wfelemos@vspmail.com.br




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