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Politica Brasil
Sábado - 28 de Maio de 2005 às 06:52
Por: Onofre Ribeiro

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Os assuntos marcantes desta semana foram as denúncias ambientais contra Mato Grosso, por jornais ingleses, a greve dos ônibus e, certamente, a votação das contas do ex-prefeito Roberto França pela Câmara de Vereadores de Cuiabá.

De todos os assuntos, as contas ganharam o segundo lugar na imprensa, porque a greve dos ônibus pega todo mundo de um modo ou de outro.

Ontem conversei com a vereadora Chica Nunes, presidente da Câmara de Vereadores de Cuiabá o porquê das contas não terem ido à votação e as verdadeiras causas de tanta celeuma. Ela nega que não tenham ido à votação. No dia 19 de abril, disse-me, as contas foram postas na pauta como matéria única, segundo o regimento interno. Mas o relato das contas, vereador Éden Caspistrano – vice-presidente- não havia entregue o seu parecer ao presidente da Comissão de Economia e Finanças, Guilherme Maluf.

A partir daí, diz ela, é prerrogativa da presidência escolher nova data. Mas aqui entram as suas ressalvas e mostram que a questão das contas de 2003 do ex-prefeito Roberto França ainda vão dar muito mais pano pra manga do que se pensa. O Tribunal de Contas julgou as contas no apagar das luzes de 2003, mediante sucessivas marchas e contra-marchas que acabaram passando sob o pretexto de “proteger a imagem” do ex-prefeito.

Usando da sua prerrogativa de escolher nova data, a presidente da Câmara tem até o último dia deste semestre para colocá-las em votação. Estaria disposta a fazer isso, mas só nesta segunda-feira recebeu do presidente da Comissão, Guilherme Maluf uma cópia das contas. Mas, segundo ela, é preciso o original. “Ninguém julga contas com cópias de documentos”, defende-se a presidente.

Mas ela está convencida de que forças poderosas precisam da aprovação das contas do ex-prefeito e forçam para a sociedade a imagem de que estaria havendo morosidade parlamentar proposital.

“Quanto mais tempo eu demorar para colocar as contas em votação, tenho certeza de que estarei protegendo a sociedade e ao mesmo tempo dando uma chance para reflexão aos nove vereadores que já se manifestaram pela aprovação via a imprensa. De repente, eles precisam refletir mais sobre o erro que cometerão diante das mudanças políticas que estão em curso”. E aponta os dois vereadores do PT, por exemplo, favoráveis à aprovação, mas sujeitos a determinações superiores do partido em função das mudanças dos interesses da cúpula. O mesmo se daria com vereadores do PP em relação ao PPS de França: estão em rota de colisão, acredita a presidente da Câmara.

As contas do ex-prefeito foram aprovadas pelo Tribunal de Contas com 71 irregularidades, 11 das quais insanáveis, como a não-aplicação de só 15 dos 25% da educação.

A julgar pelas declarações da presidente da Câmara e do andar da carruagem, o assunto tão cedo não sairá das páginas dos jornais. E, além do mais, se forem reprovadas em votação, serão encaminhadas ao Ministério Público e daí, se for aceita denúncia, à justiça, onde, certamente mofarão por muitos anos até o esquecimento dos séculos.

Onofre Ribeiro é articulista deste jornal e de RDM onofreribeiro@terra.com.br




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