Governador seria "bode expiatório"

O ex-prefeito de Rondonópolis e aliado político do governador Blairo Maggi (PPS), Percival Muniz, defende que o Estado lidere um movimento de discussão da questão ambiental no país e até no exterior. Para o socialista, o problema deixou de ser apenas o fato do governador ser colocado como bode expiatório da destruição ambiental. A situação é mais grave porque questiona o modelo de desenvolvimento econômico do país, que vive da exploração de seus recursos naturais.

"Com exceção de alguns problemas de fiscalização, o desmatamento em Mato Grosso é legal e a utilização dos recursos naturais garante o desenvolvimento da população", frisa Percival, emendando que essa opção precisa ser debatida. Conforme ele, não se pode condenar um modelo de desenvolvimento, como estão fazendo os organismo internacionais, sem apresentar uma alternativa. O socialista cita o modelo africano, onde o meio ambiente é preservado mas a população vive próxima da miséria, sem conseguir viabilizar o desenvolvimento.

Deixando claro que não defende os ilegais, Percival alerta que estão subjugando uma nação que promove seu desenvolvimento de forma legal. De acordo com ele, as autoridades constituídas precisam iniciar um debate e não aceitar imposições. O ex-prefeito lembra ainda que todos os países, em algum momento, já exploraram seus recursos naturais para se desenvolver. "Quem não fez isso está com índice de desenvolvimento perto de zero", compara.

Percival aponta ainda uma outra idéia. Ele já está conversando com o governador no sentido de se fazer uma política de desmatamento zero. Pela idéia, o Estado ficaria por um tempo sem abrir qualquer área nova, somente utilizando para o agronegócio áreas já degradadas ou já abertas. O ex-prefeito acredita que isso é perfeitamente possível. Assim, Mato Grosso ficaria um período sem desmatar, asseguraria o crescimento econômico, mas teria que continuar deixar claro que o modele de desenvolvimento local passa pela exploração dos recursos naturais. (VCS)