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Meio Ambiente
Sábado - 21 de Maio de 2005 às 13:28

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Quase a metade do desmatamento total na Amazônia (48,1%) foi registrada no Estado do Mato Grosso. Dos 12.586 quilômetros quadrados atingidos no Estado, apenas em 4.176 quilômetros quadrados o desmatamento foi feito de forma legal. De acordo com Carlos Rittl, coordenador do programa de áreas protegidas da Amazônia do Greenpeace, há outras causas para a derrubada de árvores: "Em Mato Grosso, o problema é outro. Vai além da extração de madeira. Lá existe o problema do agronegócio".

Em 2003, o faturamento do agronegócio cresceu 28%, passando dos US$ 415 milhões do ano anterior para US$ 532 milhões. O governo do Estado, em nota divulgada nesta sexta-feira, argumenta que "áreas menores a 300 hectares são de responsabilidade do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama)", depois de ter atribuído o crescimento no índice de desmatamento à falta de fiscalização do órgão no Estado.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em entrevista coletiva, afirmou que em vez de achar um culpado para o elevado índice do Estado, o governador deveria assumir sua responsabilidade no que compete ao combate do desmatamento. "Mato Grosso conta com o melhor sistema de monitoramento por satélite, recebeu os maiores investimentos do governo federal para fazer o licenciamento e a fiscalização", informou.

Os 26.130 quilômetros quadrados de desmatamento na Amazônia apontados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) entre agosto de 2003 e agosto de 2004 correspondem ao segundo maior índice já medido. Segundo a ministra, o período analisado pela pesquisa do Inpe (janeiro a julho de 2004) pega apenas quatro meses de implementação do Plano de Combate ao Desmatamento, lançado em março do ano passado. "Não dá para ter noção da eficácia, sem contar que o período de maior desmatamento é de maio a agosto", disse. Marina Silva lembrou que as medidas do plano foram intensificadas depois de agosto, com a criação de 2,5 milhões de unidades de conservação em 5,8 milhões de hectares.

Nesta sexta-feira, o ministério anunciou a criação de cinco reservas extrativistas no Pará. As áreas podem ser exploradas sem que os recursos naturais se esgotem. De acordo com a secretária de Coordenação Amazônica, Muriel Saragoussi, as reservas têm o intuito de coibir o avanço do desmatamento. "E vão formar uma linha de proteção que acompanha o chamado Arco do Desmatamento. Com isso, estaremos criando uma barreira e, ao mesmo tempo, proporcionando uma valorização do uso da floresta. O que nós queremos é o uso sustentável da floresta e não o desmatamento", explicou.





Fonte: ABR

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