Base aliada mantém tática de retirar nomes de CPI

A base aliada ao governo no Congresso deve intensificar a partir desta segunda-feira as ações para esvaziar a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar denúncias de corrupções nos Correios. Nesta sexta-feira o requerimento de criação da CPI que será mista no Congresso ainda contava com a assinatura de 217 deputados e 49 senadores.

Para o ex-presidente da Câmara, deputado João Paulo Cunha (PT-SP), o governo deveria ter trabalhado melhor para evitar a criação da CPI. "Agora que ela já está criada, não deveria trabalhar para retirar nomes, principalmente depois que o próprio deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) assinou o requerimento de criação da comissão."

Até agora, somente os deputados do PL haviam retirado suas assinaturas do requerimento de criação da CPI. A idéia é evitar que ela seja oficialmente instalada na quarta-feira, durante sessão conjunta do Congresso.

Senado

A tática do governo de evitar apoio à CPI só deu certo até o momento com alguns senadores petistas que pretendiam assinar, mas foram convencidos a não colocar seus nomes na lista. O senador Paulo Paim (PT-RS) foi um dos poucos a defender publicamente a CPI.

Na avaliação do PT no Senado, Delcidio Amaral (MS), será muito difícil fazer com que os senadores retirem suas assinaturas. A preocupação agora deve ser com a Câmara. Caso as estratégias do governo falhem, a base aliada deve se concentrar em manter o controle da comissão.