Governador reclama por ter sido escolhido vilão do desmatamento

O governador Blairo Maggi (PPS) negou ontem que Mato Grosso seja responsável pela maior parte do desmatamento na Amazônia e muito menos o grupo Amaggi, de propriedade de sua família, como foi divulgado na imprensa nacional e internacional.

Maggi emitiu uma nota de esclarecimento, elencando as medidas que o Estado tem tomado para combater o desmatamento ilegal. O governador reclama que os ambientalistas o escolheram para vilão da história, mas isso não o impedirá de consolidar o desenvolvimento de Mato Grosso até o limite que a lei permitir.

No jornal inglês Independent, Maggi foi colocado como o maior responsável pelo "estupro da Amazônia". O editorial do jornal europeu se baseou em relatório da organização não-governamental Greenpeace e nos dados oficiais de desmatamento, segundo os quais, o desmatamento na Amazônia cresceu 6% no ano passado em comparação a 2003. O índice é o segundo maior desde 1995. E metade do problema estaria em Mato Grosso. Contudo, o governador afirma que o desmatamento no Estado diminuiu nesse mesmo período em 2%.

No entanto, Maggi admite que o governo tem problemas para cobrir com fiscalização toda a área do Estado que é de competência da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Fema). Ele destaca ainda já ter solicitado ajuda financeira do Banco Mundial (Bird) para melhorar a estrutura do órgão ambiental, mas nada conseguiu. "Somos muito cobrados mas pouco ajudados", defendeu-se.

Não é a primeira vez que Blairo Maggi, que também é conhecido como o maior produtor individual de soja do mundo, sofre esse tipo de ataque. Para ele, a imprensa nacional e internacional deveria investigar melhor os fatos antes de denegrir a imagem de um cidadão e de um governador. O socialista garante que há cerca de 10 anos o grupo Amaggi, que planta aproximadamente 150 mil hectares, não abre uma nova área no Estado.