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Festival Tim Mada finaliza programação
A lista com a escalação das atrações que irão sacudir o Festival TIM Mada 2005 está completa. Fechada após o anúncio dos principais nomes da música eletrônica que irão compor a programação do circo eletrônico, e da última banda independente escolhida a partir de uma promoção da revista Laboratório Pop, o festival começa a contagem regressiva para ocupar a arena de shows do Imirá, na Via Costeira, entre os dias 26 e 28 de maio. A confirmação dos paraenses da banda Norman Bates e os DJs Anderson Noise (MG) e Murphy (SP) fecharam a programação: serão 23 bandas independentes, 6 bandas consolidadas, 11 DJs, mais feira mix e festa itinerante Ploc 80's.
A escalação é a seguinte: dia 26 de maio, quinta-feira, Barão Vermelho (RJ), Marcelo Nova e Camisa de Vênus (BA), Jane Fonda (RN), Nervoso (RJ), Folcore (RN), The Playboys (PE), Zackarias Nepomuceno (PB), Experiência Ápyus (RN) e Norman Bates (PA). Na sexta-feira, dia 27 tem Planet Hemp (RJ), Fiction Plane (UK), Astronautas (PE), Luxúria (RJ), Ronei Jorge e os Ladrões de Biscicleta (BA), Du Souto (RN), Seu Zé (RN), Adriano Azambuja (RN), Karpu¿s (RN), Phonopop (DF). No sábado, dia 28, Plebe Rude (DF), Paralamas do Sucesso, Alphorria (RN), Som da Rua (RJ), Os Bonnies (RN), Rádio de Outono (PE), Brinde (BA), Columbia (RJ) e Vanguart (MT).
Procurando oferecer condições cada vez mais favoráveis, tanto para público quanto para bandas, a equipe de produção do Música Alimento da Alma garantiu que esta sétima edição virá com a maior estrutura física já montada em festivais de música no Rio Grande do Norte. "Serão cerca de 300 toneladas de equipamento (som e luz), dois palcos que juntos somam 50 metros de frente por 20m de fundo, além da estrutura de backstage só vista em eventos no eixo Rio-São Paulo", informa a produção do evento. Mas nada ficaria completo se as bandas independentes estivessem fora da festa, presença que de fato justifica as atenções da mídia especializada nacional, um dos diferenciais do festival. Este ano novamente estarão na cidade jornalistas e críticos musicais do Nordeste e Sudeste, para conferir as novas bandas aspirantes ao mercado.
Críticos comentam sobre o Mada Considerado um dos mais importantes do Brasil no segmento de música independente, o festival potiguar Tim Mada já faz parte do calendário nacional de eventos e a cada ano demostra amadurecimento. Para ilustrar com mais propriedade essa evolução, a Tribuna do Norte conversou com alguns ¿garimpeiros sonoros¿ e antenados de plantão:
O dentista e produtor Alexandre Gurgel, que nas noites mais descoladas também é conhecido como DJ Maccaco, acredita que o Mada poderia ter ousado mais na escolha das atrações principais. "Bandas oitentistas como Fellini e Violeta de Outono, e mesmo o De Falla que está voltando, poderiam ter sido cotadas. Sei que tudo deve ser pensado, inclusive, para atrair público. Mas vai ser interessante ver o Camisa (de Vênus) e o Plebe (Rude) em ação".
Ainda sobre a mudança de lugar ele diz que "gostava do festival na Ribeira, tinha todo um contexto especial, o astral era melhor e a ¿vibe¿ era diferente com todo mundo ali apertadinho. Porém sei da praticidade e conforto da Via Costeira, cabe mais gente".
Para Alexandre, que já enfrentou verdadeiras maratonas musicais nesses 7 anos de festival (o Mada só deixou de ser realizado em 1999), o melhor show até agora foi do quinteto norte-americano Walkmen, em 2004 ¿ primeira atração internacional a se apresentar no evento. "Não conheço o Fiction Plane, quero ver na hora, de surpresa mesmo. Quanto a escalação dos independentes, destaco a presença do DuSouto e Os Bonnies, do RN; Rádio de Outono, Astronautas e The Playboys, de PE; e Nervoso do Rio de Janeiro. Senti falta do Ludov, Elektrojumbo e Cansei de Ser Sexy, de SP", finaliza, afirmando que o Mada amadureceu do ano passado pra cá. Boa estrutura, apesar das dificuldades
Já o jornalista da TN e crítico de música Isaac Ribeiro vê o Mada como um evento superimportante para a música independente nacional: "é um divisor de águas para as bandas potiguares, não há mais dúvida. Sabemos das dificuldades de se montar uma estrutura tão boa como a que o festival oferece - principalmente aos grupos novos - mas cada edição é uma história diferente".
Com a impressão de estar diante de uma estagnação de idéias, ele afirma não se sentir atraído pelo revival oitentista: "preferia que continuasse apontando para o futuro, como bem cantou Cleudo Freire. Essa ressaca de atitude deixa tudo meio estacionado... o novo revigorante é algo difícil em meio ao garimpo".
Os nomes que estão aguçando sua curiosidade são o trabalho solo de Adriano Azambuja, e as banda DuSouto e Os Bonnies - "quero ver como vão se comportar no palco. São nesses momentos que temos que mostrar nosso crescimento e aproveitar ao máximo a oportunidade que o Mada oferece: levar a música feita aqui para o resto do Brasil".
Entre os visitantes, o jornalista quer conferir Zackarias Nepomuceno (PB), Nervoso (RJ) e Rádio de Outono (PE). "Sinto falta de mais experimentalismo e ousadia na programação, e de grupos paulistas. Mas, como disse antes, acho que cada edição do festival é uma história diferente". Bandas ficaram mais profissionais
Para Alexandre Honório, jornalista e rocker de carteirinha, o Festival vem cumprindo seu papel de buscar novos talentos entre os independentes, mas também acredita que faltou ousadia entre as 'headliners'. "Pelo segundo ano o Mada vai montar uma grande estrutura na Via Costeira, sem aquela sensação claustrofóbica que tinha na Ribeira. Quanto a escolha das bandas: acho que foi um erro apostar em um nome internacional desconhecido como o Fiction Plane - ouvi e não gostei. Tem bandas bem mais interessantes como os também ingleses do The Constantine, por exemplo".
Sentindo falta da gaúcha Cachorro Grande e da paulista Ludov (SP), Honório acha que os festivais como o Mada, Abril pro Rock (PE) e Porão do Rock (DF), acabam incentivando as bandas capricharem mais na hora de produzir material. "Estamos vendo uma busca pelo profissionalismo, os grupos estão tratando as sonoridades com mais cuidado. Os independentes estão substituindo aquele ditado 'faça você mesmo' por 'faça você mesmo mas com profissionalismo'".
Ele acha, porém, os resgates desnecessários ¿ inclusive as homenagens, caso da banda Alphorria. ¿Em todas as outras edições, pude notar que o clima é quebrado quando sobe uma banda inativa, quando o espaço poderia estar sendo ocupado por bandas que estão com trabalho novo - por isso acho válida a participação repetida de bandas como Folcore e Jane Fonda, que estão com novidades na praça. Em vez do Alphorria deveriam ter chamado o Alfândega, que lançou CD em 2004.
"A importância de termos uma vitrine é inegável, independentemente das grandes atrações. Temos uma parcela do público antenada com a cena independente, mas a grande maioria vai ao festival ver os grandes nomes e, por tabela, acabam prestigiando as bandas novas", analisa o produtor musical Vlamir 'Mudernage' Cruz, do Ícone Estúdio. "A estratégia de trazer a imprensa especializada nacional prova que não precisamos sair do Nordeste para ganharmos visibilidade", observa.
A seu ver, ainda falta um detalhe importante para fechar esse contato das bandas com a imprensa nacional: "a movimentação gerada é interessante, mas esse contato não deveria ficar limitado ao do palco e ao interesse pessoal de alguns jornalistas. A produção do evento poderia pensar em maneiras de articular um encontro dessa mídia com os músicos, uma entrevista coletiva por exemplo".
Com relação as bandas locais, vê representatividade na programação anunciada: "não tem jeito, alguns dizem que deveriam entrar essa ou aquela banda... mas não se pode colocar todo mundo. A rotatividade é importante e necessária, principalmente para aqueles que estão lançando trabalho novo". Também vê com bons olhos a mudança de local: "o Mada cresceu e a Via Costeira comprovou ser o melhor para o próprio crescimento da estrutura e espaço para o público".
Quanto ao Fiction Plane, não conhece o trabalho e acredita que o filho do Sting não deve atrair tanto público. Ele está curioso para conhecer o som do Astronautas (PE), Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta (BA) e Columbia (RJ): "Senti falta do anunciado experimentalismo".
Circo Eletrônico com as batidas de 11 DJs A tenda eletrônica, uma das atrações mais disputadas do festival, receberá este ano 11 DJs ao longo dos três dias de evento. Encabeçando o time escalado para comandar as bpms estão Anderson Noise, pioneiro da cena eletrônica em Minas Gerais, e Murphy, oriundo da periferia paulista que se caracteriza por ter uma técnica apurada de tecno com dinâmica de hip hop. "O festival cresceu muito em estrutura e público nos últimos três anos, e a música eletrônica demonstra há tempos que pode ter apelo popular equivalente ao do rock e do pop. Acho que esses fatores consolidaram o sucesso que a tenda eletrônica do Mada teve no ano passado. Acredito que o evento captou a tendência e manteve o nível da área", disse o jornalista da TN Tádzio França, ou melhor, o DJ T-Yuri.
Yuri ressaltou a presença dos DJs convidados, Anderson Noise e Murphy: "são profissionais conceituados em seu nicho sonoro (o tecno), de sólidas carreiras nacionais e internacionais, ambos com produções próprias já lançadas no exterior e, melhor, inéditos por aqui - Natal deve ser um dos poucos lugares no Brasil que eles ainda não tocaram". Quanto ao DJs que atuam em solo potiguar, ele acredita que o público vai se surpreender com trabalhos que não se ouvem por aí, nas boates e festas da cidade. "Só espero que a ordem do line-up seja mais organizada que a do ano passado".
Procurando oferecer condições cada vez mais favoráveis, tanto para público quanto para bandas, a equipe de produção do Música Alimento da Alma garantiu que esta sétima edição virá com a maior estrutura física já montada em festivais de música no Rio Grande do Norte. "Serão cerca de 300 toneladas de equipamento (som e luz), dois palcos que juntos somam 50 metros de frente por 20m de fundo, além da estrutura de backstage só vista em eventos no eixo Rio-São Paulo", informa a produção do evento. Mas nada ficaria completo se as bandas independentes estivessem fora da festa, presença que de fato justifica as atenções da mídia especializada nacional, um dos diferenciais do festival. Este ano novamente estarão na cidade jornalistas e críticos musicais do Nordeste e Sudeste, para conferir as novas bandas aspirantes ao mercado.
Críticos comentam sobre o Mada Considerado um dos mais importantes do Brasil no segmento de música independente, o festival potiguar Tim Mada já faz parte do calendário nacional de eventos e a cada ano demostra amadurecimento. Para ilustrar com mais propriedade essa evolução, a Tribuna do Norte conversou com alguns ¿garimpeiros sonoros¿ e antenados de plantão:
O dentista e produtor Alexandre Gurgel, que nas noites mais descoladas também é conhecido como DJ Maccaco, acredita que o Mada poderia ter ousado mais na escolha das atrações principais. "Bandas oitentistas como Fellini e Violeta de Outono, e mesmo o De Falla que está voltando, poderiam ter sido cotadas. Sei que tudo deve ser pensado, inclusive, para atrair público. Mas vai ser interessante ver o Camisa (de Vênus) e o Plebe (Rude) em ação".
Ainda sobre a mudança de lugar ele diz que "gostava do festival na Ribeira, tinha todo um contexto especial, o astral era melhor e a ¿vibe¿ era diferente com todo mundo ali apertadinho. Porém sei da praticidade e conforto da Via Costeira, cabe mais gente".
Para Alexandre, que já enfrentou verdadeiras maratonas musicais nesses 7 anos de festival (o Mada só deixou de ser realizado em 1999), o melhor show até agora foi do quinteto norte-americano Walkmen, em 2004 ¿ primeira atração internacional a se apresentar no evento. "Não conheço o Fiction Plane, quero ver na hora, de surpresa mesmo. Quanto a escalação dos independentes, destaco a presença do DuSouto e Os Bonnies, do RN; Rádio de Outono, Astronautas e The Playboys, de PE; e Nervoso do Rio de Janeiro. Senti falta do Ludov, Elektrojumbo e Cansei de Ser Sexy, de SP", finaliza, afirmando que o Mada amadureceu do ano passado pra cá. Boa estrutura, apesar das dificuldades
Já o jornalista da TN e crítico de música Isaac Ribeiro vê o Mada como um evento superimportante para a música independente nacional: "é um divisor de águas para as bandas potiguares, não há mais dúvida. Sabemos das dificuldades de se montar uma estrutura tão boa como a que o festival oferece - principalmente aos grupos novos - mas cada edição é uma história diferente".
Com a impressão de estar diante de uma estagnação de idéias, ele afirma não se sentir atraído pelo revival oitentista: "preferia que continuasse apontando para o futuro, como bem cantou Cleudo Freire. Essa ressaca de atitude deixa tudo meio estacionado... o novo revigorante é algo difícil em meio ao garimpo".
Os nomes que estão aguçando sua curiosidade são o trabalho solo de Adriano Azambuja, e as banda DuSouto e Os Bonnies - "quero ver como vão se comportar no palco. São nesses momentos que temos que mostrar nosso crescimento e aproveitar ao máximo a oportunidade que o Mada oferece: levar a música feita aqui para o resto do Brasil".
Entre os visitantes, o jornalista quer conferir Zackarias Nepomuceno (PB), Nervoso (RJ) e Rádio de Outono (PE). "Sinto falta de mais experimentalismo e ousadia na programação, e de grupos paulistas. Mas, como disse antes, acho que cada edição do festival é uma história diferente". Bandas ficaram mais profissionais
Para Alexandre Honório, jornalista e rocker de carteirinha, o Festival vem cumprindo seu papel de buscar novos talentos entre os independentes, mas também acredita que faltou ousadia entre as 'headliners'. "Pelo segundo ano o Mada vai montar uma grande estrutura na Via Costeira, sem aquela sensação claustrofóbica que tinha na Ribeira. Quanto a escolha das bandas: acho que foi um erro apostar em um nome internacional desconhecido como o Fiction Plane - ouvi e não gostei. Tem bandas bem mais interessantes como os também ingleses do The Constantine, por exemplo".
Sentindo falta da gaúcha Cachorro Grande e da paulista Ludov (SP), Honório acha que os festivais como o Mada, Abril pro Rock (PE) e Porão do Rock (DF), acabam incentivando as bandas capricharem mais na hora de produzir material. "Estamos vendo uma busca pelo profissionalismo, os grupos estão tratando as sonoridades com mais cuidado. Os independentes estão substituindo aquele ditado 'faça você mesmo' por 'faça você mesmo mas com profissionalismo'".
Ele acha, porém, os resgates desnecessários ¿ inclusive as homenagens, caso da banda Alphorria. ¿Em todas as outras edições, pude notar que o clima é quebrado quando sobe uma banda inativa, quando o espaço poderia estar sendo ocupado por bandas que estão com trabalho novo - por isso acho válida a participação repetida de bandas como Folcore e Jane Fonda, que estão com novidades na praça. Em vez do Alphorria deveriam ter chamado o Alfândega, que lançou CD em 2004.
"A importância de termos uma vitrine é inegável, independentemente das grandes atrações. Temos uma parcela do público antenada com a cena independente, mas a grande maioria vai ao festival ver os grandes nomes e, por tabela, acabam prestigiando as bandas novas", analisa o produtor musical Vlamir 'Mudernage' Cruz, do Ícone Estúdio. "A estratégia de trazer a imprensa especializada nacional prova que não precisamos sair do Nordeste para ganharmos visibilidade", observa.
A seu ver, ainda falta um detalhe importante para fechar esse contato das bandas com a imprensa nacional: "a movimentação gerada é interessante, mas esse contato não deveria ficar limitado ao do palco e ao interesse pessoal de alguns jornalistas. A produção do evento poderia pensar em maneiras de articular um encontro dessa mídia com os músicos, uma entrevista coletiva por exemplo".
Com relação as bandas locais, vê representatividade na programação anunciada: "não tem jeito, alguns dizem que deveriam entrar essa ou aquela banda... mas não se pode colocar todo mundo. A rotatividade é importante e necessária, principalmente para aqueles que estão lançando trabalho novo". Também vê com bons olhos a mudança de local: "o Mada cresceu e a Via Costeira comprovou ser o melhor para o próprio crescimento da estrutura e espaço para o público".
Quanto ao Fiction Plane, não conhece o trabalho e acredita que o filho do Sting não deve atrair tanto público. Ele está curioso para conhecer o som do Astronautas (PE), Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta (BA) e Columbia (RJ): "Senti falta do anunciado experimentalismo".
Circo Eletrônico com as batidas de 11 DJs A tenda eletrônica, uma das atrações mais disputadas do festival, receberá este ano 11 DJs ao longo dos três dias de evento. Encabeçando o time escalado para comandar as bpms estão Anderson Noise, pioneiro da cena eletrônica em Minas Gerais, e Murphy, oriundo da periferia paulista que se caracteriza por ter uma técnica apurada de tecno com dinâmica de hip hop. "O festival cresceu muito em estrutura e público nos últimos três anos, e a música eletrônica demonstra há tempos que pode ter apelo popular equivalente ao do rock e do pop. Acho que esses fatores consolidaram o sucesso que a tenda eletrônica do Mada teve no ano passado. Acredito que o evento captou a tendência e manteve o nível da área", disse o jornalista da TN Tádzio França, ou melhor, o DJ T-Yuri.
Yuri ressaltou a presença dos DJs convidados, Anderson Noise e Murphy: "são profissionais conceituados em seu nicho sonoro (o tecno), de sólidas carreiras nacionais e internacionais, ambos com produções próprias já lançadas no exterior e, melhor, inéditos por aqui - Natal deve ser um dos poucos lugares no Brasil que eles ainda não tocaram". Quanto ao DJs que atuam em solo potiguar, ele acredita que o público vai se surpreender com trabalhos que não se ouvem por aí, nas boates e festas da cidade. "Só espero que a ordem do line-up seja mais organizada que a do ano passado".
Fonte:
Tribuna do Norte
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/338782/visualizar/
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