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Nascem dois clones bovinos com risco de extinção
A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) anunciou hoje o nascimento de dois clones bovinos. De acordo com a entidade, o fato tem um sentido especial por serem clones de uma mesma vaca doadora de uma raça em alto risco de extinção, com um número de animais inferior a 100 em todo o país. Os novos clones estão no Campo Experimental Sucupira, próximo a Brasília, DF.
"Potira e Porã", como são chamadas as novas bezerrinhas, são clones de uma mesma fêmea bovina da raça Junqueira, que faz parte do Programa de Conservação e Uso de Recursos Genéticos Animais da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, unidade da Embrapa, que deu mais um passo importante para unir a moderna biotecnologia animal ao resgate de parte da história brasileira, com a preservação de raças de animais domésticos ameaçadas de extinção.
A Embrapa investe na conservação de raças de animais domésticos ameaçadas de extinção desde 1980, em parceria com outras instituições de pesquisa, universidades e criadores. Essas raças, que envolvem as espécies bovina, suína, caprina, ovina, asinina, bubalina e eqüina, encontram-se no Brasil desde a época da colonização e, por isso, podem ser consideradas verdadeiros tesouros genéticos para programas de melhoramento, pois possuem características de rusticidade, adaptabilidade e resistência a doenças e parasitas adquiridas ao longo dos séculos. Muitas delas encontram-se em risco de extinção, pois foram sendo substituídas por outras consideradas mais produtivas, ainda que menos adaptadas.
A raça bovina Junqueira é uma das que mais preocupa os pesquisadores hoje, como afirma Arthur da Silva Mariante, líder do Projeto de Conservação e Uso de Recursos Genéticos Animais coordenado pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, já que se encontra atualmente em alto risco de desaparecimento. Trata-se de uma raça desenvolvida no interior de São Paulo, por volta dos séculos XVIII e XIX, com aptidão para carne, e possui uma característica muito interessante: seus longos chifres foram muito usados no passado para a fabricação de berrantes.
O projeto de conservação coordenado pela Embrapa está organizado em núcleos de criação distribuídos por todo o país e também sob a forma de sêmen e embriões congelados, mantidos em um Banco Genético, que conta hoje com cerca de 52 mil doses de sêmen de diversas espécies, especialmente bovinos, e aproximadamente 200 embriões. Esse material fica conservado em botijões de nitrogênio líquido a uma temperatura de 196°C abaixo de zero, onde podem ficar para sempre, desde que haja nitrogênio.
Segundo Arthur Mariante, a clonagem é uma tecnologia importante para raças muito ameaçadas de extinção, como é o caso da Junqueira, pois pode resultar na formação de núcleos de conservação de fêmeas clonadas, sobre as quais pode-se utilizar sêmen de diversos touros, contribuindo assim para aumentar a variabilidade genética, o que é fundamental para a restauração da raça.
A clonagem
As duas bezerrinhas são clones de uma mesma vaca doadora, a fêmea bovina da raça Junqueira de número 203, que está sendo conservada no Campo Experimental Sucupira, de propriedade da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. "Porã", que nasceu no dia 10 de abril, pesando 25 kg depois de 292 dias de gestação, e "Potira" no dia 24 de abril, com 29 kg e 290 dias de gestação, foram clonadas a partir de um pedaço da orelha da vaca doadora, quando ela tinha nove anos de idade.
As duas nasceram de parto normal, saudáveis, e estão sendo monitoradas desde a gestação e o nascimento pela equipe da Embrapa quanto aos aspectos comportamentais, genéticos e de desenvolvimento e pela equipe da. Faculdade de Medicina Veterinária da UnB, coordenada pelo professor José Renato Junqueira Borges, quanto aos aspectos clínicos. A empresa Genomax realizou os testes de DNA que comprovaram que o perfil genético das bezerrinhas é igual ao da vaca doadora, e diferente dos perfis das mães de aluguel.
"Porã e Potira" representam mais um êxito para a equipe de reprodução animal da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, coordenada pelo pesquisador Rodolfo Rumpf, responsável pelo nascimento do primeiro clone bovino da América Latina, a fêmea bovina da raça Simental, "Vitória da Embrapa", em 2001, e da bezerra "Lenda da Embrapa", em 2003, que foi clonada a partir de células de uma vaca já morta, dentre outros. Mas o nascimento das bezerrinhas teve um gostinho especial, como explica Rumpf, já que comprova a possibilidade de regeneração de raças ameaçadas de extinção.
"O principal motivo da inclusão da clonagem por transferência nuclear no nosso programa de pesquisa se deve exatamente ao fato de ser uma tecnologia potencialmente importante para os programas de conservação e melhoramento genético animal. Portanto, hoje, devemos incluir células somáticas de animais representativos de cada raça ameaçada no botijão de nitrogênio liquido, juntamente com o sêmen, o ovócito e embriões. A pesquisa está sendo desenvolvida com a espécie bovina, mas acreditamos que no futuro esta tecnologia poderá ajudar também na conservação de espécies silvestres", ressalta o pesquisador.
"Foram transferidos 42 embriões para 35 vacas de aluguel, resultando em dois nascimentos. Embora, neste assunto (clonagem), continue existindo mais perguntas do que respostas, a perfeita saúde demonstrada pelas bezerras até o presente momento, gera o otimismo necessário para a continuidade das pesquisas", finaliza Rumpf.
"Potira e Porã", como são chamadas as novas bezerrinhas, são clones de uma mesma fêmea bovina da raça Junqueira, que faz parte do Programa de Conservação e Uso de Recursos Genéticos Animais da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, unidade da Embrapa, que deu mais um passo importante para unir a moderna biotecnologia animal ao resgate de parte da história brasileira, com a preservação de raças de animais domésticos ameaçadas de extinção.
A Embrapa investe na conservação de raças de animais domésticos ameaçadas de extinção desde 1980, em parceria com outras instituições de pesquisa, universidades e criadores. Essas raças, que envolvem as espécies bovina, suína, caprina, ovina, asinina, bubalina e eqüina, encontram-se no Brasil desde a época da colonização e, por isso, podem ser consideradas verdadeiros tesouros genéticos para programas de melhoramento, pois possuem características de rusticidade, adaptabilidade e resistência a doenças e parasitas adquiridas ao longo dos séculos. Muitas delas encontram-se em risco de extinção, pois foram sendo substituídas por outras consideradas mais produtivas, ainda que menos adaptadas.
A raça bovina Junqueira é uma das que mais preocupa os pesquisadores hoje, como afirma Arthur da Silva Mariante, líder do Projeto de Conservação e Uso de Recursos Genéticos Animais coordenado pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, já que se encontra atualmente em alto risco de desaparecimento. Trata-se de uma raça desenvolvida no interior de São Paulo, por volta dos séculos XVIII e XIX, com aptidão para carne, e possui uma característica muito interessante: seus longos chifres foram muito usados no passado para a fabricação de berrantes.
O projeto de conservação coordenado pela Embrapa está organizado em núcleos de criação distribuídos por todo o país e também sob a forma de sêmen e embriões congelados, mantidos em um Banco Genético, que conta hoje com cerca de 52 mil doses de sêmen de diversas espécies, especialmente bovinos, e aproximadamente 200 embriões. Esse material fica conservado em botijões de nitrogênio líquido a uma temperatura de 196°C abaixo de zero, onde podem ficar para sempre, desde que haja nitrogênio.
Segundo Arthur Mariante, a clonagem é uma tecnologia importante para raças muito ameaçadas de extinção, como é o caso da Junqueira, pois pode resultar na formação de núcleos de conservação de fêmeas clonadas, sobre as quais pode-se utilizar sêmen de diversos touros, contribuindo assim para aumentar a variabilidade genética, o que é fundamental para a restauração da raça.
A clonagem
As duas bezerrinhas são clones de uma mesma vaca doadora, a fêmea bovina da raça Junqueira de número 203, que está sendo conservada no Campo Experimental Sucupira, de propriedade da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. "Porã", que nasceu no dia 10 de abril, pesando 25 kg depois de 292 dias de gestação, e "Potira" no dia 24 de abril, com 29 kg e 290 dias de gestação, foram clonadas a partir de um pedaço da orelha da vaca doadora, quando ela tinha nove anos de idade.
As duas nasceram de parto normal, saudáveis, e estão sendo monitoradas desde a gestação e o nascimento pela equipe da Embrapa quanto aos aspectos comportamentais, genéticos e de desenvolvimento e pela equipe da. Faculdade de Medicina Veterinária da UnB, coordenada pelo professor José Renato Junqueira Borges, quanto aos aspectos clínicos. A empresa Genomax realizou os testes de DNA que comprovaram que o perfil genético das bezerrinhas é igual ao da vaca doadora, e diferente dos perfis das mães de aluguel.
"Porã e Potira" representam mais um êxito para a equipe de reprodução animal da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, coordenada pelo pesquisador Rodolfo Rumpf, responsável pelo nascimento do primeiro clone bovino da América Latina, a fêmea bovina da raça Simental, "Vitória da Embrapa", em 2001, e da bezerra "Lenda da Embrapa", em 2003, que foi clonada a partir de células de uma vaca já morta, dentre outros. Mas o nascimento das bezerrinhas teve um gostinho especial, como explica Rumpf, já que comprova a possibilidade de regeneração de raças ameaçadas de extinção.
"O principal motivo da inclusão da clonagem por transferência nuclear no nosso programa de pesquisa se deve exatamente ao fato de ser uma tecnologia potencialmente importante para os programas de conservação e melhoramento genético animal. Portanto, hoje, devemos incluir células somáticas de animais representativos de cada raça ameaçada no botijão de nitrogênio liquido, juntamente com o sêmen, o ovócito e embriões. A pesquisa está sendo desenvolvida com a espécie bovina, mas acreditamos que no futuro esta tecnologia poderá ajudar também na conservação de espécies silvestres", ressalta o pesquisador.
"Foram transferidos 42 embriões para 35 vacas de aluguel, resultando em dois nascimentos. Embora, neste assunto (clonagem), continue existindo mais perguntas do que respostas, a perfeita saúde demonstrada pelas bezerras até o presente momento, gera o otimismo necessário para a continuidade das pesquisas", finaliza Rumpf.
Fonte:
Terra
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/338937/visualizar/
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