Campanha de combate a biopirataria será lançada o fim do mês
De acordo com o diretor de proteção ambiental do Ibama, Flávio Montiel, a iniciativa foi tomada após a constatação, por meio de um estudo, da exploração irregular do patrimônio genético brasileiro, realizada por cientistas de grandes laboratórios internacionais.
Não nos interessa que esse material saia do país em forma de matéria prima, sem ser regularizada e explorada internamente, com patentes nacionais disse Montiel.
O diretor exemplificou a situação do Brasil no mercado da biopirataria com o caso da planta denominada pau pereira, que retarda alguns processos cancerígenos.
– O produto é coletado na Amazônia pelo valor de R$ 7,00 a tonelada. Depois, um tubinho com 120 gramas, com o princípio ativo da planta, é vendido por US$ 85– revelou.
Dados do Ibama indicam que o Brasil está entre os cinco países do mundo com maior acervo de material genético, com o potencial para ser transformado em produtos farmacêuticos e, conseqüentemente, para a cura de vários tipos de doenças.
Estão previstas para campanha parcerias com a comunidade científica e populações tradicionais, como comunidades indígenas, impedindo o repasse de seus conhecimentos aos pesquisadores estrangeiros. Cartazes e informativos serão distribuídos em sete aeroportos do país.
O termo biopirataria foi lançado em 1993 e significa a apropriação de recursos biogenéticos e/ou conhecimentos de comunidades tradicionais por indivíduos ou por instituições que procuram o controle exclusivo sobre esses recursos. Isso ocorre sem autorização estatal ou das comunidades que têm esses conhecimentos, tampouco há a negociação sobre a divisão dos benefícios a partir dessas apropriações.
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