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Meio Ambiente
Quinta - 19 de Maio de 2005 às 22:33

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Washington - Cientistas sul-coreanos isolaram pela primeira vez linhas de células-tronco embrionárias compatíveis com o DNA de pacientes, numa conquista que classificaram como um novo passo no caminho rumo ao transplante desse tipo de células em seres humanos.

Em artigo publicado na revista Science, os cientistas da Universidade Nacional de Seul afirmaram que as linhas celulares permitirão o estudo em laboratório de tratamentos para doenças como Parkinson, Alzheimer e diabete. Doadores

O grupo de pesquisadores, liderado por Woo Suk Hwang, professor de Citologia da Universidade Nacional de Seul, disse no estudo que 18 mulheres doaram 185 óvulos especificamente para fins de pesquisa.

Desses óvulos, 125 provieram de 10 mulheres com menos de 30 anos. Para obter células somáticas, os pesquisadores recrutaram 11 doadores, de ambos os sexos, de entre 2 e 56 anos. Uma célula somática é qualquer uma que faça parte do corpo, com a exceção dos espermatozóides e dos óvulos.

Entre os doadores de células somáticas havia pessoas com diabete juvenil, lesões de medula espinhal e com uma deficiência imunológica genética chamada hipogamaglobulinemia congênita, afirma o relatório.

Pluripotentes Segundo Hwang, as células obtidas são normais, de auto-renovação e pluripotentes, ou seja, com capacidade de se transformar em outro tipo de células com funções definidas, como as da retina, dos músculos e do sistema gastrointestinal.

O grupo de pesquisadores sul-coreanos já fizera história na pesquisa médica quando, há pouco mais de um ano, anunciou a clonagem de uma linha de células-tronco embrionárias. 11 linhagens

Os cientistas explicaram que criaram 11 novas linhagens de células-tronco por meio da transferência de material genético de uma célula não reprodutiva de um paciente a um óvulo doado cujo núcleo fora extraído.

Com este método, chamado "transferência somática do núcleo celular", os óvulos com o material genético do paciente cresceram e se transformaram em blastócitos, etapa inicial do desenvolvimento embrionário.

Depois disso, as células-tronco foram tiradas da massa interna do blastócito.

Promessa "Este estudo demonstra que se pode fazer com que as células-tronco sejam específicas para cada paciente, não importa seu sexo e idade, e que estas células são cópias genéticas iguais às do doador", disse Gerald Schatten, professor de pesquisas do Departamento de Obstetrícia, Ginecologia e Ciências da Reprodução da Escola de Medicina da Universidade de Pittsburgh.

"Se elas puderem ser usadas sem problemas em transplantes, a promessa de um tratamento eficaz -e talvez até de uma cura - de lesões e doenças devastadoras está perto", afirmou.

Tolerância A próxima etapa, segundo os autores, é a avaliação em laboratório das linhagens de células-tronco embrionárias específicas de um paciente para determinar sua tolerância imunológica, a eficácia terapêutica e a segurança.

Os cientistas disseram que as experiências iniciais em laboratório mostraram uma compatibilidade imunológica entre as células-tronco embrionárias e as células de pessoas que proporcionaram o DNA de cada linha, o que sugere que o corpo do paciente pode tolerar essas células transplantadas.

Mas vários problemas de procedimento médico ainda precisam ser resolvidos antes que as células-tronco específicas para um paciente possam ser usadas, disseram.

Características da doença Segundo os cientistas, as linhas de células-tronco produzidas por pacientes com uma doença provavelmente mostrem as características dessa doença, o que tornaria inapropriado seu emprego no tratamento de outros pacientes. Além disso, os pesquisadores precisarão desenvolver métodos para dirigir eficazmente a diferenciação das células-tronco embrionárias.




Fonte: Agência Brasil

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