Dahdah sabia de 11 de setembro, diz investigador

O suposto chefe da célula da Al-Qaeda na Espanha, o sírio Imad Eddin Barakat Yarkas, conhecido como Abu Dahdah, estava a par dos preparativos dos atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, afirmou nesta quarta-feira uma fonte policial a um tribunal espanhol.

Segundo o diretor da Unidade Central de Informação Exterior (UCIE) Rafael Gómez Menor, Abu Dahdah foi informado por Farid Hilali, conhecido como "Shakur", em uma ligação telefônica feita a partir da Grã-Bretanha, duas semanas antes dos ataques contra as torres gêmeas do World Trade Center de Nova York.

Em agosto de 2001, Abu Dahdah manteve uma conversa com "Shakur", que o informou que estavam "entrando no campo da aviação" e que haviam "degolado o pássaro", frases codificadas, segundo a acusação, que se referiam aos preparativos dos atentados executados por vários pilotos suicidas.

"Shakur" está entre os 35 processados, que também incluem Osama Bin Laden, pelo juiz espanhol Baltasar Garzón em setembro de 2003 por ligação com a organização terrorista Al-Qaeda.

Outro aspecto que determinou a relação de Abu Dahdah com os atentados do 11 de setembro foi o fato do número de seu telefone ter sido encontrado na agenda do egípcio Mohamed Atta, suposto líder dos pilotos suicidas.

O promotor da Audiência Nacional pediu uma pena de mais de 60 mil anos de prisão contra Abu Dahdah por "assassinatos terroristas em cumplicidade ativa" com os autores dos atentados de 11 de setembro. Vinte e quatro pessoas estão sendo julgadas em Madri por sua suposta ligação com a Al-Qaeda.