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Politica Brasil
Quarta - 18 de Maio de 2005 às 15:14

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A Polícia Federal começa hoje a tomar depoimentos dos prefeitos detidos pela Operação Gabiru, em Alagoas. No início da noite de ontem, mais um envolvido na fraude que desviava recursos públicos da educação do Estado foi preso. O empresário Luiz Antônio Grossi, que estava na Paraíba, chegou algemado na sede da Polícia Federal, em Maceió. Ele era o agiota que trocava os cheques das 11 prefeituras envolvidas no golpe.

Grossi é o 28º envolvido a ser preso na operação da Polícia Federal, desencadeada na manhã de ontem. A organização criminosa fraudava recursos federais destinados à merenda escolar. Só neste ano, R$ 2 milhões foram desviados.

Além do empresário detido ontem, mais oito prefeitos dormiram na Superintendência da Polícia Federal. Todos são acusados de participar do esquema de fraudes, entre eles estão Marcos Paulo do Nascimento, de Matriz do Camaragibe; Neilton Silva, de Igreja Nova; Cícero Cavalcante, de São Luis do Quitunde; Fábio Apóstolo de Lira, de Feira Grande; Danilo Dâmaso, de Marechal Deodoro; Paulo Roberto Pereira de Araújo, de São José da Laje; Carlos Eurico Leão e Lima, de Porto Calvo; e José Hermes de Lima, de Canapi.

Além deles, o segundo colocado na disputa pela prefeitura da cidade de Ibateguara nas últimas eleições, José Valter de Azevedo, também foi preso. Ex-prefeitos também participavam do esquema que era coordenado pelo ex-administrador municipal da cidade de Rio Largo, Rafael Torres.

Entre os ex-administradores presos estão Fernando Sérgio Lira, de Maragogi, e Jorge Dantas, de Pão de Açúcar. Dois secretários de municípios, entre eles o da cidade de Branquinha, Fernando Antônio Baltar de Lima, filho do desembargador Jairon Maia Fernandes, ex-presidente do Tribunal Regional Eleitoral em Alagoas, também estão presos.

A polícia apreendeu em poder dos acusados vários computadores e documentos, cumprindo os 91 mandados de prisão e apreensão expedidos pelo desembargador federal Marcelo Navarro, do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF/5ª), em Pernambuco. Cinco espingardas de grosso calibre foram encontradas na residência do prefeito de São Luís do Quintunde, Cícero Cavalcante, e apreendidas pelos policiais. Além disso, os policiais também confiscaram R$ 48 mil em espécie.

Os policiais federais apreenderam 20 mil euros, o equivalente a R$ 62 mil em espécie. Na casa do secretário de Finanças de Branquinha, Fernando Antônio Baltar de Lima, filho do desembargador Jairon Maia Fernandes, que ocupava atualmente um cargo no Tribunal de Contas do Estado e ganhava cerca de R$ 3,2 mil por mês, foram encontrados U$S 28 mil.

Durante a noite foi grande a movimentação de parentes e advogados na sede da Superintendência da Polícia Federal, no bairro do Jaraguá, levando colchões e roupas para os presos. A qualquer momento podem surgir mais pessoas presas por envolvimento nas fraudes. A PF não informou a ordem dos interrogatórios. Segundo previsto em lei, a polícia possui 10 dias para realizar as investigações.

A Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas, através do vice-presidente, Everaldo Patriota, afirmou que fornece total apoio às investigações e buscas que foram promovidas pela Polícia Federal do Estado, mas discorda da forma como foram feitas. Everaldo Patriota afirma que não havia necessidade de colocar algemas nos envolvidos com o esquema, já que todos possuem domicílio certo e não ofereceriam resistência às prisões.

Durante as prisões, populares se revoltaram e aliados de prefeitos tentaram impedir o trabalho dos policiais. Na cidade de Feira Grande, por exemplo, até mesmo o trabalho de algumas equipes da imprensa foi barrado por populares e aliados políticos do prefeito preso, Fábio Apóstolo de Lira.





Fonte: Agência Nordeste

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