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Politica Brasil
Quarta - 18 de Maio de 2005 às 09:20
Por: Edilson Almeida

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Cansou! Parte da bancada de sustentação do Governo na Assembléia Legislativa poderá ganhar o status de “independente” nesta quarta-feira. A reunião deve acontecer na parte da tarde. Vários deputados do PFL e do PP se reúnem para discutir o assunto. O pivô da crise está na desgastada relação entre secretários do governador Blairo Maggi e círculo político íntimo com os partidos aliados. “O PP não pode ficar a mercê de criticas infundadas que atingem inclusive a figura do governador Blairo Maggi”, destacou o deputado José Riva, um dos atingidos pelos assessores do governador.

E o bloco deverá aumentar ainda mais. A insatisfação com o comportamento dos secretários Otaviano Pivetta, de Desenvolvimento Rural; e, Luís Antônio Pagot, de Infra-Estrutura; além de Percival Muniz, que integra o círculo político íntimo do governador. A ação dos parlamentares é uma espécie de reação a pouca efetividade das afirmações feitas por Blairo Maggi, que chegou a pedir ao secretário Pivetta para que se afastasse do debate político – a exemplo do que havia feito com Pagot, recentemente. Os dois, porém, se rebelaram.

A insatisfação com o comportamento de trio PPP – como são conhecidos os três – atinge também outros setores da base aliada. A “avalanche” provocada por Pivetta, Pagot e Percival atingiu em cheio o próprio PPS, partido do governador. Na articulação do trio, a necessidade de ganhar forças para fazer valer seus projetos, já classificados como pessoais. Nesse sentido, na semana passada, aliados do projeto do trio chegou a pedir a saída de Roberto França da presidência do Diretório Regional do partido. O assunto acabou não prosperando, em função da reação mais elevada dos aliados de França. No final de semana, Pivetta chegou a procurar Roberto França para tratar do assunto.

A crise entre assesores de Maggi e aliados é muito antiga. Vem perto do início do Governo. Muito antes de Pivetta chegar ao grupo, já havia conflito entre a chamada “Turma da Botina” com a ala política já perturbava os ânimos. Os atritos eram liderados pelo secretário Pagot. Com a chegada de Pivetta e Percival Muniz, dois ex-prefeitos, a crise aumentou. O estopim se deu com as críticas feitas pelo deputado José Riva a atuação da secretária Ana Carla Muniz, esposa de Percival. Revoltado, Muniz ensaiou “veto” a aliança governista para 2006 com o partido que Riva estava migrando, o PP.

Interessado em ser candidato ao Senado em 2006, Pivetta entrou no “rastro” de Percival. Com a vaga reservada para Pedro Henry, líder do PP no Estado, Otaviano passou a criticar o “aliado” abertamente. Em verdade, o secretário de Desenvolvimento Rural encontrou dentro do Governo aliados para agir assim depois que o PP elaborou um documento em que mostrou as principais carências do Executivo no tocante a ação social.

As contra-declarações de Pivetta às ponderações feitas pelo governador – que manifestou simpatia pela candidatura de Henry ao Senado – “pipocaram” na base aliado. Deputados concluíram que a única atitude cabível ao governador seria a demissão do secretário. Com palavras duras, Pivetta ameaçou deixar o Governo se houvesse o pedido de Maggi para que se distanciasse das questões políticas. “A única atitude que cabe ao governador agora é demiti-lo. Ele sequer, como amigo, esteve no lançamento da candidatura de Maggi, que tinha apenas 3%. Só apareceu com o apoio quando estava já para virar sobre Antero. Entra no Governo e quer fazer seus próprios projetos” – disse um parlamentar, que vai estar na reunião de hoje para montagem do bloco. Poucos, porém, acreditam que Maggi pedirá o cargo.

Aliado de primeira hora do Governo, o deputado Carlos Brito ( sem partido) não escondeu sua preocupação com o movimento dos deputados. Ele procurou defender a governabilidade do Executivo Estadual. Segundo Brito, “questionamentos extemporâneos aos apoios que o Governo buscou e têm para governar não ajudam nas relações institucionais do Legislativo e prejudicam sim, a condução dos trabalhos” .Para o parlamentar, qualquer governo deve atuar de forma conjunta, com apenas um líder- que é o governador. Neste contexto, é impraticável posições individualizadas de setores.





Fonte: 24Horas News

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