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Segunda - 16 de Maio de 2005 às 12:33

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A Justiça inicia esta semana mais uma instrução criminal contra bicheiro João Arcanjo Ribeiro.

Ele foi denunciado (acusado formalmente) pelo Ministério Público como mandante da chacina que vitimou Leandro Gomes dos Santos, de 20 anos, Celso Borges, de 19, e Mauro Ventura de Moraes, de 22, assassinados em 2001. Amanhã, às 13h30, será a audiência de interrogatório de três dos quatro réus no processo.

Além de Arcanjo, o MP denunciou o ex-cabo Hércules Araújo Agostinho e o ex-soldado Célio Alves de Souza como executores. O cobrador João Leite aparece na denúncia como intermediário da chacina. O crime ocorreu exatamente há quatro anos, no dia 15 de maio de 2001.

Arcanjo será interrogado por carta rogatória (instrumento usado para ouvir réus em outros países), pois está preso em Montevidéu, no Uruguai. Para os demais, a audiência de interrogatório acontece na 1a Vara Criminal de Várzea Grande.

O MP entende que houve motivo torpe (vingança) e dificuldade de defesa por parte das vítimas. Foram denunciados também por ocultação de cadáver e formação de quadrilha.

Segundo o MP, ao assaltar uma banca do jogo do bicho de Arccanjo e roubar R$ 500, dois dos três rapazes decretaram sua sentença de morte – um deles não participou do crime. Para executá-los, Hércules disse à Polícia que contou com a ajuda do ex-PM Célio Alves de Souza e do cobrador João Leite. Como supervisor atuou o sargento José Jesus de Freitas.

Hércules explicou que Arcanjo contratou os três para matar dois rapazes, mas o terceiro estava junto e foi levado. O ex-cabo detalha que João Leite estava junto com ele e Célio.

Os três jovens foram seqüestrados nas proximidades da panificadora Malibu, em frente ao Residencial São Carlos, na avenida dos Trabalhadores, em Cuiabá.

No dia 15 de maio, por volta das 20 horas, eles foram abordados pelos criminosos, que se identificaram como policiais e que ocupavam um veículo Fiat Uno, cinza metálico, com quatro portas. Mauro trabalhava numa banca de camelô e os outros dias rapazes conversavam com ele.

Ao chegar na ponte Mário Andreazza, ligaram para sargento Jesus e receberam a ordem para levá-los até o São Mateus. Ao chegar no local deserto, os três foram executados a tiros. Hércules disse que cada um - ele, Célio e João Leite - matou um.

Em seguida, cavaram uma cova e enterraram os três. No início da madrugada, os pistoleiros foram embora. Eles iriam receber R$ 5 mil pelo crime, mas Arcanjo acabou não pagando o combinado porque mataram um a mais. Os cadáveres foram localizados no dia 18 de junho. Mesmo sabendo se tratar de seus filhos, os parentes não fizeram a identificação e eles foram enterrados como indigentes.





Fonte: Diário de Cuiabá

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