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Repórter News - reporternews.com.br
Cultura
Quarta - 11 de Maio de 2005 às 16:40

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Assassinato e suicídio deram a tônica em Cannes nesta quarta-feira, na abertura do Festival de Cinema, que traz uma seleção de filmes que prometem ser sombrios competindo pela cobiçada Palma de Ouro.



Dirigido pelo francês Dominik Moll e estrelado pela atriz britânica Charlotte Rampling, Lemming é a história de dois casais cujas vidas se descontrolam. O filme mostra como a tragédia e o medo podem estar à espreita das pessoas, logo abaixo da superfície de suas vidas. O filme é um dos 21 que participam da competição oficial.

A cidade ensolarada de Cannes, na Riviera francesa, vem se preparando para a chegada de milhares de cinéfilos, jornalistas, astros e estrelas de todo o mundo, pessoas que vêm para ver e para serem vistas.

Vários membros da realeza de Hollywood vão desfilar pelo tapete vermelho nos próximos 12 dias. No próximo domingo, o sexto e último capítulo da série Guerra nas Estrelas, de George Lucas, fará sua estréia mundial.

Dominik Moll reconheceu que Lemming é sombrio, mas disse que o filme contém humor suficiente para deixar o clima mais leve. "Não o vejo como filme pessimista", ele disse a jornalistas.

A descoberta de um lemingue da Escandinávia no ralo da pia da cozinha faz o público dar risada no início do filme, mas a seqüência de acontecimentos desencadeada a partir desse momento rapidamente ganha conotação desagradável.

Distanciando-se da política

Em 2004, a Palma de Ouro foi dada ao polêmico documentário Fahrenheit 11 de Setembro, em que o diretor Michael Moore fez críticas ao presidente Bush. Esse fato, acompanhado pela indignação européia em torno da invasão do Iraque e da guerra ao terrorismo em geral travada pelos Estados Unidos, conferiu um clima político a Cannes.

Este ano, porém, os organizadores do festival parecem estar querendo navegar águas mais tranqüilas, com uma competição que traz diretores respeitados, incluindo quatro ex-ganhadores da Palma de Ouro.

Mas isso não significa que os 21 candidatos ao prêmio principal não reflitam algumas das questões mais candentes dos tempos atuais.

Ainda nesta quarta-feira será exibido Kilometer Zero, do diretor iraquiano Hiner Saleem, que ambientou seu filme durante a guerra entre Irã e Iraque e retratou as tensões étnicas entre curdos e árabes, que continuam presentes hoje.

Temas ligados à paternidade e à violência ganham destaque no festival, assim como o faz a presença forte da Ásia, com cinco filmes concorrendo na competição oficial. São trabalhos de cineastas da China, Hong Kong, Taiwan, Japão e Coréia do Sul.

Entre os ganhadores anteriores de Palmas de Ouro que vão competir novamente este ano estão o alemão Wim Wenders, cujo Don't Come Knocking traz um herói à procura de redenção, em estilo de faroeste, e o americano Gus Van Sant, de volta com Last Days.

O americano Jim Jarmusch reuniu um elenco de estrelas que inclui Bill Murray, Sharon Stone, Jessica Lange e Julie Delpy em Broken Flowers, que narra a trajetória do solteirão convicto Don, que parte em procura de um filho cuja existência desconhecia.

Outros pesos pesados incluem o canadense David Cronenberg (A History of Violence), o dinamarquês Lars von Trier (Manderlay), o cineasta israelense Amos Gitai (Free Zone) e o alemão Michael Haneke (Cache/Hidden).

O veterano diretor americano Woody Allen é esperado em Cannes na quinta-feira para apresentar seu filme Match Point, ambientado na classe alta inglesa e estrelado por Scarlett Johansson.





Fonte: Reuters

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