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Nacional
Segunda - 09 de Maio de 2005 às 16:10
Por: Liésio Pereira

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São Paulo - A Comunidade Sul-Americana de Nações (Casa), que deverá ser consolidada na Cúpula América do Sul – Países Árabes, não é a primeira tentativa de integração econômica, social, de infra-estrutura e diálogo político entre os países do continente. Ela remete a uma iniciativa semelhante de mais de dez anos atrás, segundo o coordenador científico do Núcleo de Pesquisa em Relações Internacionais (Nupri), da Universidade de São Paulo, professor José Augusto Guilhon Albuquerque.

"Acho que é muito precipitado e prematuro anunciar a consolidação de uma comunidade que, por enquanto, está no papel. Essa idéia de América do Sul é longa. No período mais recente, começou no governo Itamar (Franco) quando foi proposta a criação do que se chamava de Alcsa (Área de Livre Comércio Sul Americana), naquele momento, uma área sul-americana de livre comércio, que seria uma maneira, de certa forma, de contornar os compromissos que tínhamos naquele momento com o Mercosul, particularmente com a Argentina, criando uma coisa mais ampla", explicou.

A Casa foi oficialmente anunciada durante a 3ª Cúpula de Presidentes da América do Sul, em Cuzco (Peru), no final do ano passado. Segundo o professor Guilhon, idéia da comunidade foi retomada a partir das discussões sobre a Área de Livre Comércio das Américas (Alca), com o Brasil tomando a liderança nas negociações pelo fato de ter proposto a realização uma cúpula com os presidentes da América do Sul. Normalmente, lembra o professor, "essas cúpulas são iniciativas das grandes potências, particularmente dos Estados Unidos".

"Houve uma expectativa muito grande naquele período, a maioria dos países esperava que o Brasil assumisse a liderança das negociações com os Estados Unidos, da Alca, e também um projeto que vinha sendo acalentado, de diversas maneiras e origens, de levar a uma integração física – meios de transporte, rodovias etc. – mas isso também não foi além do papel", ressaltou.

"Uma comunidade deste tipo é muito mais do que um documento final de uma cúpula presidencial, ela implicaria a existência de programas, incentivos, algum tipo de mecanismo permanente de decisão ou de negociação, metas bem definidas, e por enquanto isso é extremamente vago", acrescentou.

Uma reunião de chanceleres dos países membros da Casa foi realizada no dia 19 de abril do ano passado, quando foram discutidas diretrizes e propostas de organização, que deverão ter um próximo passo de negociações em agosto próximo, com a reunião de chefes de estado da Comunidade, no Rio de Janeiro.





Fonte: Agência Brasil

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