MP apura duplo salário de Paquer

A promotora do Patrimônio Público em Cuiabá, Ana Luíza Ávila de Souza, instaurou um procedimento para investigar o fato do presidente da Empresa de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Aréssio Paquer, receber dois salários por função comissionada no governo do Estado. A informação foi publicada por A Gazeta e confirmada pelo próprio Paquer, que recebe também como diretor administrativo-financeiro da Companhia de Saneamento de Mato Grosso (Sanemat).

De acordo com o Ministério Público Estadual, o procedimento contra Paquer foi instaurado no último dia 14 de abril. Com isso, ele terá que justificar o fato de acumular as duas remunerações (que juntam somam R$ 9,6 mil), prestar informações sobre as funções e o horário de expediente de cada uma.

Paquer afirmou A Gazeta que o estatuto das duas empresas permite o acúmulo das funções. A pedido do dirigente, no entanto, a Procuradoria-geral do Estado (PGE) foi acionada para aferir a legalidade do caso. Pela Empaer, ele recebe R$ 4,8 mil por mês. O mesmo valor é pago pela Sanemat.

Procurada para comentar o assunto, a assessoria do MPE afirmou que Ana Luíza Ávila só se pronuncia sobre o caso após as investigações. Paquer, por outro lado, nega qualquer irregularidade. "Recebo sim pelos dois (empregos) desde 2003. Mas tudo isso ocorre de acordo com a lei e já foi até publicado no Diário Oficial do Estado. O governador Blairo Maggi (PPS) está ciente e não me nomearia se fosse algo ilegal", argumenta. A participação de Paquer na Sanemat também foi confirmada pelo presidente do órgão, Serafim Carvalho Mello.

Paquer garante também não causar prejuízos ao erário público. O acúmulo das funções, no entanto, tem provocado reações por parte de aliados de Maggi, que argumentam pouco espaço cedido aos correligionários mais distantes. O presidente da Empaer é tido como um dos homens de confiança do governador e é próximo à "turma da botina", como é conhecido o pequeno grupo de assessores mais influentes no governo.