Cúpula beneficiará relação entre latinos e árabes

O encontro de chefes de estado durante a Cúpula América do Sul-Países Árabes possibilitará o relacionamento em diversas áreas comerciais entre as duas regiões, declarou o embaixador da Argélia no Brasil, Lahcène Moussaoui, em entrevista à TV Brasil. "Eu falei de comércio, mas eu acho que as nossas relações, sejam elas bilaterias - entre Brasil e Argélia -, ou entre o mundo árabe e a comunidade sul-americana, podem ganhar um impacto com esse tipo de encontro".

Um dos temas da Cúpula, que será realizada nos dias 10 e 11 de maio, é a aproximação comercial entre as regiões. Segundo o embaixador argelino, a reunião de países latinos e árabes revela interesses comuns desses povos. "A iniciativa é a melhor prova disso, porque o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a fez com a convicção de que os dois grupos têm muitos interesses; interesses políticos, econômicos e culturais".

Moussaoui disse ainda que, desde que chegou ao Brasil, em 2001, as exportações brasileiras para a Argélia - na época de apenas US$ 41 milhões - mais que dobraram a cada ano. "Agora, a Argélia é o primeiro parceiro árabe do Brasil e o Brasil é o nosso primeiro parceiro na América Latina. Já chegamos a US$ 2,3 bilhões em relacionamentos comerciais." No ano passado, o Brasil importou US$ 1,9 bilhão em produtos das Argélia.

A Liga Árabe, formada pela Argélia e por outros 20 países, vem aumentando a parceria comercial com o Brasil nos últimos anos, com crescimento médio maior que dos demais blocos, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento.

De 2003 para 2004, as exportações brasileiras para aquela região cresceram 46% e as importações 56%. No ano passado, o Brasil exportou US$ 4,1 bilhões e comprou quase o mesmo valor, US$ 4 bilhões.

Há uma década o comércio brasileiro com a Liga Árabe era de US$ 3,3 bilhões. Em 2004, esse número saltou para US$ 8,2 bilhões. Os principais países árabes que importaram produtos brasileiros, no ano passado, foram a Arábia Saudita Emirados Árabes, Egito, Marrocos e Argélia. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, o aumento do comércio entre os dois países é um reflexo das missões comerciais realizadas na região.