Enfraquecido, Blair não poderá mais seguir Bush

Londres - O primeiro-ministro britânico Tony Blair pagou nas urnas por sua amizade com o presidente dos EUA, George W. Bush. A partir de agora, ele poderá descobrir que será impossível continuar a seguir a postura militante de Washington nos assuntos internacionais.

O premier conseguiu arrastar o Reino Unido para a guerra no Iraque, a despeito da resistência na opinião pública e dentro de seu próprio partido, basicamente porque a maioria parlamentar de 161 cadeiras no Parlamento lhe dava um amplo mandado para ditar os termos da política externa.

Agora, com essa maioria reduzida a 66 vagas, Blair provavelmente não será mais capaz de nadar contra a corrente da opinião pública. A nova maioria parlamentar pode se mostrar suficiente para fazer passar reformas na política econômica e social do Reino Unido, mas agora as facções pacifistas do Partido Trabalhista quase que certamente conseguirão impedir um envolvimento britânico em novas guerras.

"Uma das conclusões disto é que ele certamente não tem autoridade para lançar outra guerra ao lado de George Bush", disse Robin Cook, que renunciou ao cargo de chanceler para protestar contra o envolvimento britânico no Iraque.