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Agronegócios
Quinta - 13 de Dezembro de 2012 às 10:54
Por: Vinícius Tavares

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O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) autorizou o uso de pulverização aérea de defensivos nas culturas de soja e algodão na safra 2012/13. A decisão foi anunciada por representantes do Mapa durante audiência pública realizada na tarde de terça-feira (11), na Comissão de Agricultura da Câmara em reunião proposta pelo deputado Homero Pereira (PSD-MT).

De acordo com a medida, está autorizada para a cultura do algodão duas aplicações de Imidaclorpido, Thiametoxa e ou Clotianidina, restritas aos estágios de desenvolvimento vegetativo até a quarta/quinta semana de florescimento e após a florada. A decisão vale também para produtos registrados para uso na cultura.

Já no caso da soja, a restrição de aplicações será apenas para o composto Tiametoxa, no entanto, a proibição continua no período entre o aparecimento das vagens e o final do ciclo da cultura.

A restrição, imposta pelo (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) para proteger abelhas e outros insetos de contaminação, será reavaliada aos futuros ciclos. O processo passará por reavaliado pelo Ibama em conjunto com outros órgãos do governo como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), para tomadas de medidas mitigadoras e avaliação dos impactos econômicos a curto, médio e longo prazos.

“Ficamos satisfeitos com o resultado da audiência pública, que discutiu a proibição da pulverização. Os órgãos federais reavaliaram a proibição, pois ficou evidente a necessidade de novos estudos, mais pesquisa e a inclusão da Embrapa no processo. Além disso, tivemos algumas propostas para que a Comissão da Agricultura participe mais ativamente na discussão”, avaliou o deputado Homero.

Apesar da permissão para uso da aviação rural nos casos definidos pelo Mapa, o setor produtivo continua apreensivo. Representantes de entidades de produtores de soja e algodão querem a suspensão total da proibição até que sejam concluídos os estudos necessários.

“Não estamos confortáveis com a prorrogação. Gostaríamos que fosse constituído um grupo de trabalho, que discutisse uma agenda para este problema e outros que precisam ser enfrentados a exemplo dos registros de produtos se quisermos continuar investindo nesse negócio”, salientou diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Márcio Portocarrero.

Para o vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja), Carlos Favaro, a decisão garantiu o uso da pulverização na safra atual, mas o problema vai continuar. Por isso, será fundamental uma solução definitiva que mantenha o equilíbrio entre o meio ambiente sem prejuízo à produção.

Para o líder rural, o uso de defensivo não é uma opção, mas uma necessidade.“Precisamos de produtos alternativos, mas eficientes no combate às pragas. O governo não pode proibir e não nos oferecer uma solução”, observou.

O coordenador Geral de Avaliação e Controle de Substâncias Químicas do Ibama, Márcio Freitas, defendeu a restrição do uso, segundo ele, baseado em fontes legislativas. No entanto, afirmou estar aberto ao diálogo. “A solução do problema passa pelo mútuo entendimento de que há um problema e é preciso construir uma saída”, disse.






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