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Politica Brasil
Sexta - 06 de Maio de 2005 às 06:38
Por: João Carlos Caldeira

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Valores em destaque no preâmbulo da Constituição Brasileira: 1º O Estado Democrático; 2º Os direitos sociais e individuais, na ordem de enunciação: liberdade, segurança, bem-estar, desenvolvimento, igualdade, justiça, ideal de uma sociedade fraterna, compromisso na ordem interna e internacional e crença na proteção de Deus.

Não é à toa que o Estado Democrático e a liberdade individual vêm em primeiro lugar. Fico indignado quando grupos organizados, em nome da liberdade de expressão e da luta pelos seus direitos, prejudicam o direito da maioria.

Mato Grosso tem sofrido uma avalanche de manifestações e greves que ferem diretamente a liberdade e o direito de toda a sociedade e o estado democrático Os maiores praticantes dessas ilegalidades e imoralidades são os Sem-terras, que invadem propriedades particulares produtivas, sedes de bancos e prédios públicos. O INCRA em Mato Grosso, já teve sua sede ocupada dezenas de vezes nos últimos anos.

Os Índios também são usuários freqüentes de tal prática, como no recente episódio do seqüestro de Policiais Federais de Mato Grosso.

Além desses tradicionais grupos organizados, a cada dia, temos mais categorias de trabalhadores Mato-grossenses, antes restritas aos professores e funcionários públicos municipais, que fazem uso de greve e manifestações que violam vários princípios constitucionais, como os motoristas de ônibus de Cuiabá e Várzea Grande nesta semana.

Até mesmo representantes de setores produtivos estão aderindo a maneira radical de protestar e reivindicar seus direitos. Há poucos meses, madeireiros da região de Sinop, bloquearam a BR163 em protesto a atuação do IBAMA. Nesta semana, foi a vez dos rizicultores (produtores de arroz) com o apoio do Sindicato Rural de Matupá, que bloquearam a BR 163, protestando contra os baixos preços do arroz.

É um absurdo, um cidadão ser impedido de passar pela rodovia federal porque um grupo resolveu defender seus interesses, da mesma forma que acho um absurdo os motoristas e cobradores da capital, furarem pneus, depredarem os ônibus e descumprirem uma ordem judicial, em nome da luta pelo que consideram seus direitos. Onde fica o direito da população de ir e vir? Onde fica o direito dos pais de família que querem trabalhar? Onde fica o direito do cidadão que já paga uma das mais caras passagens de ônibus urbano do país?

Em Manaus, a tarifa é de R$1,15, em Curitiba está em R$1,40 e a mais cara do país é São Paulo, com R$2,00, portando R$1,60 de Cuiabá está na média do país. Além disso, os salários dos motoristas e cobradores daqui, estão entre os melhores do Brasil. A maior prova dessa afirmação é que a categoria não está reivindicando aumento salarial, mas sim redução da carga de trabalho e outros benefícios.

Por mais que afirmem o contrário, ninguém me tira da cabeça que os empresários, donos das empresas de ônibus, estão por trás desse movimento, caso contrário, os trabalhadores não estariam tão interessados no reajuste da tarifa, estariam sim preocupados em manter seus empregos, com a recente implantação do cartão magnético.

Portanto senhor Secretário de Transportes Municipal, Emanuel Pinheiro e senhor prefeito Wilson Santos, agüentem a pressão, não cedam a nenhuma greve ou chantagem. Se for preciso, corte o privilégio dos carteiros, dos policiais militares e dos servidores da justiça, que andam de graça nos ônibus, mas não aumente o valor da tarifa.

Para o bem não de um grupo ou categoria, mas para o benefício de toda a população que vive em Cuiabá e Várzea Grande que dependem do transporte coletivo.

João Carlos Caldeira Empresário, jornalista e professor. E-mail: joaocmc@terra.com.br




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