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Politica Brasil
Terça - 03 de Maio de 2005 às 21:25
Por: Gabriela Guerreiro

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Brasília - O deputado André Luiz (sem partido-RJ) aproveitou a véspera do dia em que a Câmara dos Deputados vota a representação do Conselho de Ética que pede a cassação do seu mandato para pedir apoio aos parlamentares. No último esforço para se manter na Casa, André Luiz percorreu gabinetes para tentar reunir votos contrários à cassação. O deputado disse que espera ser absolvido. "Estou tranquilo, preparado, aguardando o resultado. Seja qual for, eu vou aceitar. Eu venho lutando há um mês para que isso seja votado o mais rápido possível. Eu estou em campanha, pedindo voto para tudo quanto é lado. Eu já conversei com muitos deputados".

O parlamentar é acusado de tentar extorquir R$ 4 milhões do empresário de jogos Carlos Augusto Ramos (Carlinhos Cachoeira) para tirar o seu nome da CPI da Loterj, realizada pela Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro. André Luiz será julgado por quebra de decoro parlamentar. Mesmo com oito Medidas Provisórias (MPs) trancando a pauta de votações da Câmara, a Mesa Diretora da Casa encontrou uma brecha para colocar a matéria em votação amanhã (4). Segundo o primeiro vice-presidente da Câmara, José Thomaz Nonô (PFL-AL), um parecer técnico permite que a representação seja votada antes das oito MPs por se tratar de uma matéria administrativa - e não legislativa.

André Luiz disse que não pretende questionar a decisão da Câmara. Ao contrário, garantiu ser favorável à manobra regimental encontrada pela Mesa Diretora. "Eu tenho que agradecer ao presidente da Casa e ao deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA) de ter colocado esse processo para ser votado na hora certa. Já era para ter sido votado há muito tempo".

O deputado afirma, no entanto, que está sendo injustiçado no processo que envolve o empresário Carlinhos Cachoeira. "A perseguição que está acontecendo hoje contra mim eu vou tratar depois desse processo. E isso eu vou contar depois", disse ao referir-se a um suposto julgamento político que teria ocorrido no início do processo de cassação, ainda na Comissão de Sindicância instaurada na Câmara para avaliar o envolvimento do parlamentar com o empresário de jogos.

Segundo André Luiz, a Comissão de Sindicância "cerceou" o seu direito de defesa, e não promoveu nenhuma acareação entre ele e os demais investigados pela CPI da Loterj. "No meu discurso amanhã eu vou falar do cerceamento do direito de defesa, do contraditório, da acariação que não houve, nem da diligência. Se a Comissão de Ética é subsidiária do processo penal, eles tinham que acompanhar isso. Sou inocente. Eu tenho um voto, que é o meu. Mas o voto é secreto, como eu vou saber?".





Fonte: Agência Brasil

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