Empresários dizem que aumento constante dos combustíveis gerou crise no setor aéreo

Brasília - O aumento do preço dos combustíveis é o tema central do Fórum Brasileiro para o Desenvolvimento da Aviação Civil, que ocorre hoje e amanhã (4), em Brasília. Os 350 empresários de mais de 20 segmentos da aviação que participam do evento são unânimes ao afirmar que esta é a principal explicação para a crise do setor.

O presidente do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), George Ermakoff, explica que o querosene usado na aviação representa 25% do custo de uma empresa. E este valor, segundo ele, é repassado para o preço da passagem. Ou seja, recai no bolso do consumidor. Ermakoff acentua que o preço do barril do produto cresce acima da média da inflação e da variação do preço internacional. "Temos uma política monopolista. Por isso o preço tem aumento brusco de 10% a cada 15 dias, o que altera o preço final", acrescenta.

Para o presidente da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag) e diretor de Mercado de Aviação Civil da Embraer na América Latina, Anderson Markiewicz, o custo do petróleo é a questão mais preocupante hoje. "Enquanto a inflação acumulada de 1999 até hoje está na ordem de 50%, o preço do combustível aumentou em cinco vezes em relação ao seu valor naquele ano. O negócio é disparatado. O crescimento do preço do combustível é muito maior que qualquer outro indicador do mercado", assegura.

O mesmo argumento é usado pelo presidente da Associação Brasileira de Transportes Aéreos Regionais (Abetar) e da Rico Linhas Aéreas, Átila Yurtsever. Segundo ele, o fórum deve encontrar soluções para a questão "que é o principal problema das empresas aéreas no Brasil".