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Meio Ambiente
Sábado - 30 de Abril de 2005 às 11:50

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O Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS) da França confirmou que uma imagem obtida no ano passado por uma equipe do Observatório Europeu Austral (ESO) instalado no Chile é a primeira de um planeta de fora do sistema solar.

A fotografia de um astro localizado a 230 anos-luz da Terra, tirada por Gael Chauvin, pesquisador do ESO no centro chileno de Paranal, tinha sido publicada em setembro passado, mas ainda não havia provas concludentes sobre a natureza do astro na imagem.

Na ocasião já havia a hipótese de que era um planeta que girava em torno de uma estrela, mas isso levantou críticas de outros cientistas, que alegavam que podia ser um objeto no campo do telescópio, porém muito mais longe.

"Graças a observações complementares foi possível constatar que os dois objetos se movimentavam juntos no fundo do céu e que, portanto, estão ligados entre si", disse a astrofísica Anne-Marie Lagrange, da equipe que tirou as fotos, em declarações publicadas neste sábado pelo jornal Le Figaro.

Lagrange, do laboratório de astrofísica do observatório de Grenoble, é a responsável científica pelo instrumento de ótica adaptativa "Naos", instalado em um dos quatro telescópios gigantes de Paranal que permitiu a distinção do planeta junto a sua estrela de referência.

A descoberta será publicada em breve na Astronomy and Astrophysics, uma revista especializada.

O planeta fotografado é muito diferente dos outros de nosso sistema solar, pois gira em torno de uma estrela muito jovem (de cerca de 8 milhões de anos, comparado aos 4,5 bilhões do Sol) e muito pequena para queimar hidrogênio por reações de fusão termonuclear (tem apenas cinco vezes a massa de Júpiter e não possui superfície sólida).

Os astrônomos calcularam que para dar uma volta em torno dessa estrela, em uma distância duas vezes maior que a existente entre o Sol e Netuno, o planeta leva 2.500 anos. O astro também é grande e quente, o que o torna brilhante quando visto.

Os astrônomos do ESO trabalham agora em um telescópio com um espelho primário de cem metros de diâmetro para poder observar este tipo de astro e tentar saber mais sobre sua composição química.





Fonte: EFE

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