Adolescente mata com tiro na boca menino de 8 anos

Everton Pereira, 8, ontem não foi à escola, não almoçou e não terminou a pescaria que tinha começado às 10h, com um primo e dois amigos, num córrego perto de casa. Ele teve sua vida interrompida num susto, com um tiro de revólver 38, disparado pelo colega e vizinho de 14 anos, que insistiu na brincadeira de mal gosto e de fim trágico.

O primo de Everton, Rafael Joemil Pereira, 12, e dois amigos presenciaram tudo, mas não puderam fazer nada para impedir. Os quatro estavam pescando num córrego do bairro Itapajé, onde moram, quando R.F.S.R., 14, chegou e apontou a arma para o mais velho dos três, G.O., 15. Ele protestou e pediu para sair da mira do revólver. R., então, teria dito que não ficassem com medo, virou o tambor para baixou, deixou as balas cair, abaixou e colocou o revólver no chão, na mira de Everton. A criança também protestou. E em resposta R. disse que a arma não estava carregada. Pegou-a de novo, apontou para vertical, apertou o gatilho e como prova. O tirou falhou. Na sequência mirou na boca de Everton, que estava em sua frente. Mas, dessa vez, a bala saiu.

Diante do desespero do grupo R. pediu que o ajudassem a jogar o corpo no córrego, a enterrar, a esconder. Mas os três deixaram o lugar correndo sob a ameaça de que levariam bala se contasse o que havia acontecido. "Eu cheguei no lugar e meu filho estava caído no chão, sozinho, com a cabeça perto da água, com o rosto todo cheio de sangue", lembrou em prantos Adenil Maria, 25, mãe de Everton.

Foi Adenil quem socorreu e carregou o filho nos braços, por cerca de 300 metros, até receber ajuda de um vizinho que os levou até o Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá (PSMC). Ela foi avisada pelos amigos do filho. Everton não resistiu ao ferimento e morreu antes de ser operado. R. fugiu. A Polícia Militar informou que, em vistoria em sua casa, apreendeu uma bala. O objeto havia sido encontrado há dois dias, por sua irmã de 19 anos, que não o questionou sobre o assunto.