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Economia
Terça - 11 de Dezembro de 2012 às 13:24

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Com a décima redução seguida na taxa básica de juros (Selic) anunciada nesta quarta-feira pelo Banco Central, o índice atinge novo patamar histórico: 7,25% ao ano. A redução de 0,25 ponto percentual vem de encontro com parte das previsões do mercado, já que alguns especialistas acreditavam na manutenção da taxa, que estava em 7,5% ao ano desde a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no final de agosto.

A queda está relacionada ao crescimento fraco da economia brasileira - impactado também pelo desempenho frágil da economia mundial. Banco Central e os ministérios da Fazenda e do Planejamento já reduziram a projeção de alta da economia para este ano. A última redução foi anunciada nesta semana pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que diz esperar que o Brasil cresça 1,5% neste ano, ante previsão - feita em julho - de crescimento de 2,5%.

Em comunicado, o BC afirmou que "considerando o balanço de riscos para a inflação, a recuperação da atividade doméstica e a complexidade que envolve o ambiente internacional, o Comitê entende que a estabilidade das condições monetárias por um período de tempo suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta, ainda que de forma não linear".

No entanto, a decisão não foi unânime, com três dos oito membros do Comitê de Política Monetária (Copom) votando pela manutenção dos juros. O comunicado do Copom, segundo a visão de especialistas do mercado, indica que a taxa de juros vai permanecer em 7,25% pelo menos até meados de 2013.

"A falta de consenso, que há muito tempo não acontecia, sugere que esses 0,25 (pontos percentuais) adicionais foram vistos como irrelevante do ponto de vista econômico e financeiro em relação à inflação", disse o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves.

Para o economista da consultoria Tendências, Juan Jensen, o cenário de crescimento econômico em recuperação gradual, e inflação ainda sob controle - mesmo que sem convergir para o centro da meta, de 4,5% pelo IPCA, neste ano - pavimentam o caminho para a manutenção da Selic por mais tempo. "Há um sinal muito claro de foi uma última redução até o fim do ano que vem, a depender da conjuntura internacional mudar radicalmente para pior e do quadro doméstico em termos de inflação", afirmou ele.

O processo de afrouxamento da política monetária, que provavelmente foi encerrado nesta quarta-feira, contou com amplo apoio do governo, cujo objetivo sempre foi o de levar a Selic para patamares menores, compatíveis com outras economias no mundo. O cenário externo conturbado, e desinflacionário, abriu essa janela de oportunidade. A decisão do BC de mudar o patamar da Selic foi amparada pela mudança nas regras de remuneração da caderneta de poupança, a mais popular forma de aplicação financeira do País.

Em 2012, o Copom já reduziu a Selic em 3,75 pontos percentuais. Esta foi a décima redução consecutiva na taxa básica de juros desde o final de agosto do ano passado, quando a Selic estava em 12,5% ao ano e o Copom cortou 0,5 ponto, dando início ao processo de afrouxamento da política monetária.

O Copom reduz a Selic para estimular a atividade econômica. No sentido oposto, a taxa é elevada quando a autoridade monetária avalia que a economia está muito aquecida, com alta dos preços. Então, o Copom sobe a taxa para incentivar a poupança, desestimular o consumo e segurar a inflação.

Votos
Votaram pela redução da taxa Selic para 7,25% ao ano os membros do Comitê: Alexandre Antonio Tombini, Presidente, Aldo Luiz Mendes, Altamir Lopes, Luiz Awazu Pereira da Silva e Luiz Edson Feltrim. Votaram pela manutenção da taxa Selic em 7,50% ao ano os seguintes membros do Comitê: Anthero de Moraes Meirelles, Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo e Sidnei Corrêa Marques.

Com informações da Reuters.





Fonte: Terra

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