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Internacional
Sexta - 22 de Abril de 2005 às 22:14

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A Organização dos Estados Americanos (OEA) voltou nesta sexta-feira a atrasar por algumas horas a reunião em que deve analisar a situação do Equador e se transformou de novo em alvo de críticas por sua dificuldade em reagir diante das crises do continente.

O Conselho Permanente, que, na quarta-feira, depois de muitas consultas decidiu se reunir no dia seguinte para analisar o alcance da crise equatoriana e a constitucionalidade da solução, adiou a sessão pouco depois de iniciá-la. A justificativa é permitir que o Equador reúna informação para responder às perguntas.

A sessão estava marcada para as 10.00 hora local (11.00 de Brasília), passou para as 11.00 (12.00 de Brasília) e, depois, para as 15.00 (16.00 de Brasília).

Esta sucessão de convocações aumentou as críticas - em sua maioria dentro do próprio organismo - com relação à capacidade da OEA de reagir a uma crise.

Os comentários mais críticos vieram dos próprios embaixadores, que pediram anonimato e alegaram que: "Se não podemos escolher um secretário-geral, e também não conseguimos agir nas crises graves de um de nossos governos, para que servimos?".

Alberto Borea, embaixador do Peru no organismo e atual presidente rotativo do Conselho Permanente, saiu imediatamente em defesa do órgão e explicou que "a OEA não é uma ONG que responde a um grupo de pessoas com um interesse específico. Somos 34 estados que devem se pronunciar da maneira mais responsável".

Por isso Borea disse que é preciso ter paciência para analisar a situação com calma e "encontrar respostas". O embaixador acrescentou que é preciso "agir sobre uma base mais certa, não sobre suposições, porque o que aconteceu no Equador não é normal".

A idéia foi compartilhada por um embaixador da América Central que afirmou à EFE que, ao contrário do que acontece na América Central, onde os golpes são "claros", no Equador houve "um golpe de Estado amparado em subterfúgios legais que impedem que se veja claramente o que aconteceu".

Grande parte dos membros do Conselho Permanente avaliou que a crise no Equador representa um teste importante para a Carta Democrática da OEA, o documento que compromete a organização a ser o protetor da democracia no continente e que permite expulsar da comunidade aqueles que abandonarem esse princípio.

Do lado de fora, tanto analistas como funcionários da organização, consideraram "patética" a situação de "não saber o que fazer".

Mas não relacionaram diretamente essa "falta de ação" com a falta de liderança no organismo - que está há seis meses sem secretário-geral - e apontavam questões mais profundas como justificativa.



"Está claro que (o secretário-geral adjunto Luigi) Einaudi está saindo, não concorre à reeleição em junho e portanto não tem grande peso político para atuar", reconheciam, mas consideravam que a situação política do continente é o que impede uma reação mais ágil.

Essas fontes, que lembraram à EFE os objetivos democráticos da OEA - a Resolução 1080 aprovada no Chile em junho de 1991 e testada rapidamente no Haiti apenas três meses depois -, destacaram agora que a situação política da América Latina é "completamente diferente".

"Antes, a posição dos Estados Unidos exercia uma grande influência nas decisões da OEA, mas agora existe um pólo importante formado por Brasil, Argentina, Venezuela e Uruguai que não vai simpatizar facilmente com a posição de Washington", disseram.

Portanto, segundo eles, há mais opiniões, mais pressões e mais divergências que dificultam a tomada de uma decisão conjunta, que é o que se espera agora com o caso do Equador.





Fonte: EFE

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