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Politica Brasil
Quarta - 20 de Abril de 2005 às 22:10
Por: Andrés Pretel

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O início da instalação comercial de redes PLC, tecnologia que permite transmissão de voz e dados por intermédio de cabos elétricos de baixa e média tensão, colocou em destaque duas pequenas empresas espanholas que lideram o processo de desenvolvimento e integração dessa nova opção de acesso à Internet e telefonia.

A pedra fundamental do PLC é uma pequena peça de silício: um chip chamado Madbrick. O microprocessador é responsável pela grande largura de banda que a Internet elétrica atinge, e possibilita a eliminação da contaminação radioelétrica que fez fracassar projetos europeus anteriores para o desenvolvimento desse tipo de tecnologia.

A Ds2 (Diseños de Silicio) é uma empresa de Valência que projeta os chips responsáveis por criar novas possibilidades para a Internet elétrica. No momento, seu chip Madbrick atinge velocidade de 45 megabits por segundo (Mbps). A empresa já começou a produção do chip Wisconsin, que atinge velocidade de até 200 Mbps simétricos -ou seja, a velocidade é a mesma para baixar ou subir dados-, a um preço mais competitivo.

"Em termos de alta velocidade, não há concorrência. Até 2004, tínhamos uma tecnologia cara com velocidade de 45 Mbps. Este ano, com o novo chip, além de obtermos velocidade sensivelmente maior, os custos serão semelhantes aos dos nossos concorrentes", disse Jorge Blasco, presidente-executivo e co-fundador da Ds2, em entrevista à Reuters.

A Ds2, que conta com 15 por cento de participação da gigante de energia espanhola Endesa e com 1,9 por cento de participação da Itochu, faturou cerca de 6 milhões de euros em 2003, instalando 25 mil chips, enquanto em 2004 seu faturamento deve ter atingido os 10 milhões de euros, com produção de 500 mil microprocessadores.

Para 2005, ano em que os especialistas desse mercado iniciante prevêem a popularização dos sistemas PLC, a empresa espera atingir faturamento de 40 milhões de euros.

"A posição de liderança da Ds2 em chips de acesso se manterá pelo menos até 2007", disse Francisco de la Peña, consultor independente do comissariado da União Européia para a sociedade da informação.

Apesar da grande concorrência no mercado de acesso à Internet, Blasco acredita que a conexão elétrica terá sucesso por causa de suas vantagens.

"Primeiro que o PLC chega a qualquer tomada. Em segundo lugar, é uma forma alternativa que rompe com monopólios. E em terceiro, os investimentos são relativamente mais baixos se comparados com os recursos necessários para se criar uma rede de cabo, inclusive de uma rede ADSL."

Além da Ds2, a dobradinha espanhola no mercado de PLC se completa com a Tecnocom, considerada líder na integração da tecnologia e dona de 75 por cento do segmento, aproximadamente.

A companhia trabalha com as principais elétricas da Espanha, Portugal, México e China e prevê quadruplicar o faturamento em 2005.

"O ano de 2005 vai ser o ano do PLC. Poderemos quase quadruplicar nosso faturamento com a tecnologia e outros sistemas complementares", disse uma fonte da Tecnocom.

A Comissão Européia recomendou às agências nacionais de telecomunicações e serviços públicos a eliminação de barreiras que dificultam a implantação do PLC. Ao mesmo tempo, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, também pediu uma "melhor utilização das linhas elétricas" do país para aproveitar a oportunidade de estender a banda larga a todo o país.





Fonte: Reuters

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